Com quem você gostaria de jantar?
- Sidney Fernandes
Se lhe dessem a oportunidade de receber alguém em sua casa, quem você escolheria? Difícil escolha, hein? E se lhe dissessem que alguém muito importante já estaria batendo em sua porta? Foi exatamente o que aconteceu com Marta, que morava numa aldeia. Ao lado de sua irmã Maria recebeu nada menos do que Jesus.
Naturalmente, embevecidas e lisonjeadas com a ilustre visita, assentaram-se aos seus pés para ouvi-lo. Em dado momento, preocupada com os afazeres, Marta disse a Jesus:
— Pede a minha irmã Maria que venha a me ajudar com os serviços da casa.
— Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas só uma é necessária. Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada.
Estamos diante da escolha de Maria, que, aproveitando-se daquela rara oportunidade de ter o Mestre em sua própria casa, preferiu o conhecimento espiritual que dele provinha, patrimônio imperecível e abençoado.
Seria o caso de se menosprezar a atenção de Marta para com deveres rotineiros, com os quais estava preocupada?
Mais uma vez temos que atentar para a simbologia das palavras de Jesus, sem nos apegarmos demasiadamente à letra, considerando que o verbo do grande rabino da Galileia é que realmente importa e vivifica.
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Para evitar a radicalidade que a passagem poderia nos ensejar, convém lembrar uma experiência ocorrida com Chico Xavier:
Chegando em casa de madrugada, depois de uma jornada intensa de trabalhos com os Espíritos, deparou-se com uma cozinha repleta de pratos sujos e uma generalizada bagunça provocada pelos cães da casa.
Pensou: — Imagino o desânimo que a dona da casa vai ter ao levantar-se de manhã, ao deparar-se com toda essa sujeira.
Não teve dúvidas. Não obstante o cansaço, deixou o ambiente brilhando.
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Sem dúvida, Maria escolheu a melhor parte. Jesus, naquele singular colóquio, estava falando à humanidade inteira, de todos os tempos, convidando-a ao conhecimento espiritual.
Estaria Jesus, na curta descrição do evangelista Lucas, desprezando os valiosos préstimos domésticos de Marta? Já pensou, o atento leitor, se Jesus tivesse encontrado, naquela humilde casa de aldeia, a mesma bagunça e sujeira que Chico Xavier encontrou em sua residência de madrugada?
Não aguardaria ele, pacientemente, a reorganização do ambiente, até que ficasse adequado ao mínimo de higiene exigido para uma conversa entre pessoas civilizadas?
Com quem ficamos? Com Marta ou Maria? Com ambas, pois o Cristo jamais desprezou o labor dos homens, a pretexto de consolidar sua mensagem sublime.
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O Espiritismo é Jesus que volta a falar-nos, aconselhando-nos a superar as águas da superficialidade, a absorver e a aplicar seus ensinamentos e, finalmente, a participar ativamente das abençoadas atividades de iluminação e serviço.
Sem desprezar as obrigações profissionais e familiares de seus seguidores, a Doutrina Espírita conscientiza-nos das responsabilidades de autênticos cristãos, perante a vida e a família, considerando inaceitável a figura do mero frequentador de reuniões. O conhecimento é indispensável! Sem a vivência desse postulado, no entanto, será teoria morta, como a fé sem obras.
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Falamos em obrigações domésticas, em família e ensinamentos cristãos. No encerramento deste artigo, gostaríamos de compartilhar o texto de tocante vídeo, veiculado pela internet, denominado:
— Se você pudesse jantar com qualquer pessoa, viva ou morta, quem você escolheria?
Essa pergunta foi feita a vários pais e mães e obteve respostas bem interessantes:
— Marilyn Monroe, Justin Bieber, Jimi Hendrix, Nélson Mandela e outras celebridades.
As respostas de seus filhos foram bem diferentes:
— Provavelmente nossa família toda...
— Mamãe e papai...
— Tem que ser uma celebridade? Poderia ser a família?
— Família...
— Sim, mamãe e papai...
Vídeo produzido pelo GRUPO IDE – CÉLULA
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Escolhamos a melhor parte, sem descuidar de nossas obrigações.
E você, caro leitor, além de Jesus, com quem mais gostaria de jantar? Que tal usar seu tempo com as pessoas que mais importam em sua vida?