Comando Invisível - Sidney Fernandes

O homem põe e Deus dispõe! Embora este provérbio português seja muito conhecido, o homem ainda não tomou consciência de que é um mero figurante no grande palco da vida, cujo controle está no Absoluto, inacessível portanto ao relativismo humano. Bastará examinarmos alguns episódios da história da humanidade para a constatação dessa realidade. Ainda não percebemos que a mão invisível do criador dirige os acontecimentos e conduz o universo.

Primeira parte

A extraordinária Invencível Armada foi reunida pelo Rei Felipe II de Espanha, em 1588, para invadir a Inglaterra. Sua derrota mais fragorosa foi provocada, não pela frota inglesa, e sim pelo clima. Inicialmente, pela falta de vento na costa portuguesa e, depois, por uma tempestade junto ao cabo Finisterra, que dispersou os navios. E, na viagem de volta, por violentas tempestades, que arrasaram cerca de metade das embarcações.

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Muitas ocorrências da Segunda Guerra Mundial também se originaram de ações da natureza, por força do que muitos chamaram de acaso ou, mais propriamente, do Invisível. Apenas como exemplos, pois foram muitas as situações, citarei as batalhas de Midway, do Dia “D”, do Bulge e a do cerco de Stalingrado.

Midway

Na batalha de Midway, depois do desastre de Pearl Harbor, os americanos estavam perdendo a guerra no Pacífico, quando o pêndulo mudou de lado graças ao que os historiadores americanos chamaram de um golpe de sorte inacreditável. No meio do mar, o líder de uma esquadrilha de bombardeiros americanos avistou algo estranho no horizonte: um arco-íris gigante passando pelo céu. Era um espectro saindo do dreno de água do destróier japonês Arashi.

Seguindo seu instinto, o piloto americano decidiu acompanhar a rota do navio e aconteceu o milagre que mudou a história daquela batalha: os bombardeiros, mesmo com pouco combustível, encontraram toda a frota japonesa de porta-aviões. Graças a um fenômeno natural, provocado pela refração do sol sobre os borrifos de água de um contratorpedeiro japonês.

Dia “D”

O dia “D” foi a operação que deu início à libertação dos territórios europeus ocupados pelas forças nazistas. As forças aliadas atuariam em três frentes, com o objetivo de estabelecer uma sólida cabeça-de-ponte no litoral francês, expulsar os nazistas de Paris e marchar em direção à fronteira da Alemanha.

No entanto, dois dias antes da data prevista, um banco de nuvens espessas, ventos fortes e o mar agitado iriam impedir que as aeronaves encontrassem seus alvos. Eram condições inadequadas para o grande desembarque.

Então o tempo foi mudando gradativamente e chegou à situação ideal: lua cheia, maré alta e o melhor horário para lançar as embarcações. Mais uma vez a natureza iria interferir nas ações humanas.

Bulge e Stalingrado

 Neve! Seu excesso protegeu os russos, acostumados com ela, e lhes permitiu recuperar sua cidade, Stalingrado. Em Bulge, foi diferente. Com o tempo limpo, a aviação aliada conseguiu agir contra os alemães, permitindo estratégico avanço em terra que seria decisivo para o resultado final da batalha.

Hitler

O mais alto mandatário nazista foi alvo de mais de uma dezena de atentados, em grande parte patrocinados por seus generais mais próximos, que queriam o fim da guerra, diante das atitudes insanas de seu líder. Safou-se de todos, sendo que de alguns por interferência do tempo ou da temperatura. Hitler sentiu-se fortalecido e protegido por forças invisíveis, que, segundo ele, o haviam escolhido para dominar o mundo.

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Como vimos, o clima, o tempo, ou, no dizer de muitos, as forças invisíveis do Alto, tiveram grande importância e mudaram os rumos das batalhas entre os homens.

Tomaram consciência os aliados e os nazistas de que aquela malfadada guerra teria que terminar, o quanto antes, e de que havia um comando invisível por trás de tudo? De que as ações de defesa e restabelecimento da ordem deveriam cingir-se ao estritamente necessário, evitando-se, tanto quanto possível, os ataques aos civis e às cidades históricas? Negativo!

Poderiam ter sido evitados:

O desnecessário ataque dos aliados a Bremen, também chamada de Firenze alemã, cidade histórica repleta de monumentos artísticos, com a morte de aproximadamente 25.000 civis, cuja reconstituição, embora em tempo recorde, só foi possível depois de cinco anos de intensos esforços;

O ataque ao centro de Londres e, se não fosse a invasão do “Dia D”, a quase destruição de Paris, com todos os seus monumentos e obras de arte;

A total destruição de Hiroshima e Nagasaki, com o perecimento de dezenas de milhares de civis japoneses, considerada hoje um holocausto nuclear e um crime contra a humanidade;

O genocídio racista, que exterminou milhões de judeus, civis soviéticos, civis poloneses, civis sérvios, deficientes físicos, ciganos, Testemunhas de Jeová, criminosos denominados de antissociais, alemães dissidentes e homossexuais.

 

Infelizmente a lista é longa e recheada de milhões de vítimas, cujos verdugos adquiriram graves lesões perispirituais, fosse qual fosse a sua origem étnica ou preferência ideológica, de cujos efeitos, agora, no século XXI, tristemente somos testemunhas.

Vejamos algumas dessas consequências.


 

Segunda parte

 

Haroldo Dutra Dias

— Recordo-me, em Belo Horizonte, quando eu era jovem, tínhamos uma atividade de visita a crianças com paralisia cerebral. Nossa mocidade ia até lá e cantava para as crianças. Aquilo chocava muito a gente pois algumas crianças não tinham qualquer movimento e quando íamos até lá ficávamos muito sensibilizados.

— Alguns amigos de Chico Xavier, que iam vê-lo com muita frequência, perguntaram a ele o que era aquilo. Chico disse assim:

— Na sua maioria, são grandes inteligências que se perverteram, sendo que algumas, inclusive, eram recém egressas do nazismo.

— A lei de causa e efeito, ou o resgate doloroso, a expiação, é um mecanismo de restrição de liberdade. A pessoa nasce numa situação física de extrema carência.

Neste pequeno trecho de palestra de Haroldo Dutra Dias, ele menciona ligeiramente o problema da microcefalia como uma das consequências para as grandes inteligências que se desviaram e mal utilizaram suas faculdades. Vejamos agora um caso mais específico sobre esse assunto.

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Dr. Paulo Fructuoso

— Quando minha nora estava de três para quatro meses de gestação, minha netinha Isabela contraiu o vírus da zica e nasceu com microcefalia. A criança não anda, não fala, não senta e não come — está com uma sonda no estômago para não morrer de fome — e graças a Deus está na minha família, porque nós compreendemos o que pode estar acontecendo e o que pode ter ocorrido em vidas passadas.

—  Pesquisadores da USP – Universidade de São Paulo — implantaram tumores malignos em cérebros de ratos, que acometem principalmente crianças. Pegaram o vírus da zica e injetaram nos ratos. Todos os ratos estavam com comprometimento tumoral do esqueleto, metástases ósseas. O mesmo vírus da zica que causa microcefalia eliminou todas as células cancerosas, tanto no cérebro, como nos ossos dos animais.

— Uma tremenda solução para o câncer foi trazida por esses três mil espíritos que encarnaram com microcefalia. Somente o Espiritismo explica isso. Eles vieram com uma bagagem cármica e uma bagagem missionária.

Quais seriam as causas pregressas dos casos de microcefalia que afetaram milhares de crianças brasileiras? Embora seja um assunto delicado, que deve ser tratado com prudência e responsabilidade, Dr. Paulo Fructuoso teve a oportunidade de submeter o caso de sua neta à análise de pessoas de respeito e capacidade, que lhe deram preciosas informações.

— Indaguei ao meu grande amigo Sérgio Thiesen, cardiologista, que trabalha com um seleto grupo de médiuns. Ele e sua equipe atendem crianças do mundo inteiro. As famílias mandam para ele vídeos de crianças com comportamento estranho e ele atua à distância. A principal médium é sua esposa, que é anestesista.  Depois ele nos mostra o vídeo, com o tratamento e a criança totalmente recuperada.

— Eu disse a ele: “— Sérgio, há 3000 crianças com microcefalia e a minha neta é uma delas. Será que você poderia ver, lá no seu grupo, o que aconteceu com ela em vidas passadas?”

— Passaram-se dez dias e ele ligou para mim: “— Olha Paulo, vou lhe contar o que aconteceu e o que nós percebemos: experiências com crianças em campos de concentração nazistas”.

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O Dr. Paulo Fructuoso tem, no acervo de suas palestras, inúmeros casos ilustrativos da lei de causa efeito e do comando invisível, objeto deste artigo, regendo as ações humanas em seu processo evolutivo.

Certa ocasião, ele estava numa reunião do Lar de Frei Luiz, quando entrou uma jovem de trinta e três anos, completamente deformada, numa carreira de rodas, empurrada pela mãe, que parecia tranquila e conformada. Nesse dia, os enfermos estavam sendo atendidos pelo espírito do médico Frederick Rotsthein que, em dado momento, fez a seguinte observação ao Dr. Paulo:

— Veja o que nós fazíamos na inquisição. Essa jovem era uma de nossas auxiliares no manuseio dos instrumentos de tortura inquisitoriais.

Ele aproximou-se da mãe da menina e perguntou:

— Minha senhora, como é o nome da doença da sua filha?

— Minha filha tem uma doença muito rara chamada de síndrome de Larsen.

Dr. Fructuoso foi estudar o assunto e chegou à conclusão de que é uma doença genética, geradora de uma proteína que entra na organização das articulações do embrião, que ficam anormais e se soltam, sofrem luxações e se desarticulam espontaneamente, sem traumas, durante a vida intrauterina, e depois prosseguem durante a vida pós-uterina.

Avançando ainda mais em suas pesquisas, constatou que alguns instrumentos utilizados em torturas inquisitoriais — como uma roda que esticava o corpo, puxando pernas e membros superiores, para lados opostos — provocavam exatamente os mesmos efeitos atualmente observados na doença de Larsen.

Concluiu o Dr. Paulo César Fructuoso que tudo o que fazemos, e que prejudica o próximo, ou desrespeita a natureza do planeta em que vivemos, fica gravado no perispírito. Essa deformação pode ser mais ou menos profunda e pode necessitar das lesões de um novo corpo físico para sua correção.

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Segundo Allan Kardec, em Obras Póstumas, salvo algumas exceções, todos os que se reúnem numa existência, para trabalhar com o mesmo objetivo, reunir-se-ão novamente no futuro, até que hajam expiado o passado ou cumprido a missão que aceitaram.

Ficarei, neste encerramento, com texto de José Mauro Progiante:

Apesar do abismo tecnológico entre o homem das cavernas e o homem atual, ainda há muito desconhecimento sobre a origem das doenças e como obter saúde. Assim como em outros campos, nesse a humanidade está ainda por completar o primeiro passo, que é o da humildade, o do reconhecimento de que quase nada sabemos, de que nos debatemos numa gota de um enorme oceano de conhecimento.

Fontes consultadas: “Obras Póstumas”, de Allan Kardec e Prefácio de José Mauro Progiante, do livro “Ah! Se os médicos orassem! ”, de Sidney Fernandes.