Todas as vezes que eu me referia a algum lançamento das mais de sessenta obras escritas por Richard Simonetti, usando a expressão último livro, ele me corrigia, bem humorado:
— Último não, Sidney. O mais recente!
Por isso, não vou me atrever a fazer qualquer comentário sobre o livro O Melhor é Viver, taxando-o de último, porque já estão sendo editados novos livros de Richard, com textos inéditos, e surgirão outros, em forma de coletâneas. Além disso, tenho certeza de que, no plano espiritual, continua escrevendo. Se ele encontrar algum médium de confiança, com certeza, daqui a pouco o teremos de volta.
Em O Melhor é Viver, o assunto é a prevenção do suicídio, apresentado de forma bem peculiar. Espíritos antecipam-se aos insanos planos dos que acham que o lado de lá é melhor, informando trabalhadores de uma casa espírita para evitar o pior, salvando-os.
Não dispomos, todavia, desse privilegiado apoio logístico revelado por Simonetti, com médiuns do quilate dos que constam de sua obra. Dessa forma, teremos que continuar nos valendo dos alertas trazidos pela espiritualidade e por textos atuais, que tratam do suicídio, desgraça nem sempre anunciada.
É o caso da entrevista com André Trigueiro sobre valorização da vida, com base no seu livro Viver é a melhor opção, de onde tirei breves anotações e ao qual remeto o caro leitor para integral exame.
O autor destaca que a informação pode salvar vidas, e que estamos vivendo um momento de pouca paciência nas relações interpessoais para ouvir o outro.
A correria dos tempos modernos nos deixa na indisponibilidade da escuta, principalmente pelas várias horas do dia que passamos nas redes sociais. Ele chama de elevado custo social o deslumbramento com seguidores e curtidas, que acabam por atrofiar a musculatura da interação social.
Lembra ainda que a exagerada cobrança sobre jovens que se candidatam aos exames de ingresso à universidade pode oprimi-los e induzi-los à ansiedade e à depressão.
Destaca, com muita oportunidade, que muitos suicídios são evitados simplesmente por não se deixar a pessoa sozinha. Quando o depressivo tem alguém ao seu lado, ou cria coragem para ligar para uma instituição socorrista, como o CVV, sua frequência muda e o mal pior pode ser evitado.
Revela que sua luta pela vida se iniciou pela observação de um espírito, em comunicação mediúnica:
— Seria bom você estudar o fenômeno do suicídio, que é caso de saúde pública no Brasil e no mundo.
Finalmente, traz a público os bastidores de entrevista que fez com o Padre Fábio de Melo, quando estava com síndrome do pânico e depressão.
— Padre, onde estava Deus, no auge de sua crise?
— Deus estava onde sempre esteve — respondeu de bate-pronto —, eu é que não consegui chegar lá.
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Richard Simonetti, no seu livro O Melhor é Viver, chama-nos a atenção para a falta do conhecimento espírita, que mostra o outro lado da vida e as consequências do comportamento humano.
O Espiritismo — diz Simonetti — é uma vacina contra o suicídio. Cita Paulo de Tarso, que, na Primeira Epístola aos Coríntios, diz que a ciência incha; só o amor edifica. Com isso ele quis dizer que os filósofos e cientistas da atualidade têm ciência demais e amor de menos.
Indagado se a crença em Deus e na sobrevivência da alma são os componentes da vacina contra o suicídio, Richard respondeu que ainda existe outro componente muito importante:
— A comunicação dos espíritos! — disse, enfaticamente. A partir do contato com suicidas que voltaram para contar sua história, poderemos concluir que o suicídio é uma porta falsa a nos mergulhar em abismos de dores.
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Fiquemos com a sabedoria de Emmanuel, em Religião dos Espíritos:
Guarda, pois, a existência como dom inefável, porque teu corpo é sempre instrumento divino, para que nele aprendas a crescer para a luz e a viver para o amor, ante a glória de Deus.
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CVV – COMO VAI VOCÊ? LIGUE 188
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