Em 1925, John Scopes, um professor de escola pública americana, foi processado por ensinar o evolucionismo para seus alunos do ensino médio, com base no livro A origem das espécies (1859), de Charles Darwin. Anos atrás eu assisti ao filme O Vento Será Sua Herança, que retratou o seu julgamento, cujo resultado maior foi a revisão no sistema educacional americano.
Com exceção de alas mais retrógradas, hoje o pensamento religioso admite que a Teoria da Evolução não compromete os textos bíblicos e que ela não é mais considerada uma simples teoria e sim um conceito cientificamente válido.
Infelizmente, ainda há respeitáveis pessoas pensando de outra forma. Tempos atrás, um senador brasileiro afirmou que até hoje não se encontrou um fóssil sequer que traga características de metade homem, metade macaco.
Imediatamente, o biólogo Fábio Machado afirmou, em seu blog, que tais fósseis foram achados.
— Na verdade, a transição entre anfíbios e aves não necessita sequer de fósseis, pois temos grupos vivos que são transicionais entre esses grupos: os lagartos e, principalmente os crocodilos — afirmou o biólogo.
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Depois de trinta anos de pesquisas e estudos, Charles Darwin lançou o livro A Origem da Espécies, em 1859, no qual defendeu a ideia de que tudo o que vive está sujeito a constantes mutações. Qual foram as reações das pessoas daquela época?
— Ele quer destruir a Bíblia. O homem foi criado por Deus, que o moldou em barro e lhe concedeu a vida com seu sopro criador. Dizer que descendemos dos macacos é um escândalo — proclamaram os indignados.
Em várias de suas obras Richard Simonetti desmistifica e derruba essas imaginárias barreiras entre o criacionismo e o evolucionismo. No livro Bem-Aventurados os Simples, assim se expressa:
— Há que existir uma inteligência por trás dessa prodigiosa, inconcebível façanha de fazer surgir a Vida na Terra, a partir de reações químicas em compostos primários, a multiplicar-se em incontáveis espécies animais e vegetais, evoluindo sempre, culminando com o aparecimento do Homem, o ser pensante.
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Tentando desvendar o enigma da criação do nosso planeta, Dan Brown, o festejado autor do livro Origem, afirma, através do seu personagem Edmond Kirsch, que a vida surgiu espontaneamente a partir das leis da física. No meio, entretanto, de sua desafiadora procura da origem da vida, o personagem principal da obra, Langdon, deparou-se com uma incômoda pergunta que, de certa forma, interrompeu o devaneio de um mundo sem Deus:
— Se as leis da física são tão poderosas a ponto de criar a vida... quem criou as leis?
Dan Brown, através do personagem Langdon, ao final do livro, capitula em sua quixotesca tentativa de explicar o surgimento do universo sem Deus.
— Desde que eu era criança, sempre tive uma sensação profunda de que há uma consciência por trás do universo. Quando testemunho a precisão da matemática, a confiabilidade da física e as simetrias do cosmo, não me sinto observando a ciência fria. Sinto que estou vendo uma pegada... a sombra de alguma força maior que está fora do nosso alcance.
Encerra o assunto Richard Simonetti:
—A teoria de Darwin, hoje reconhecida pela comunidade científica como princípio evolutivo básico dos seres vivos, encontra contrapartida na evolução do Espírito, suficientemente evidenciada pela ciência espírita. É lenta e laboriosa a jornada a desdobrar-se em incontáveis experiências reencarnatórias, em aprendizado incessante, destinada a nos conduzir à perfeição compatível com nossa condição de filhos de Deus, dotados de suas potencialidades criadoras, partícipes na obra da criação.