Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados.” Mateus 5:4 - Sidney Fernandes

“Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados.” Mateus 5:4

- Sidney Fernandes


“Assim, também, não é vontade de vosso Pai, que está nos Céus, que um destes pequeninos se perca.” Mateus 18:14
Se ainda estivéssemos em algum século do passado, poderíamos, eventualmente, considerar perdoável a ideia do inferno eterno, com suas fornalhas ardentes e caldeiras ferventes, afirma Paulo, Apóstolo, em sua única mensagem contida em O Livro dos Espíritos. Na mesma obra,
Santo Agostinho indaga: Como conciliar a infinita bondade de Deus, com vingança infinita?
Semelhante ideia poderia ser considerada, quando muito, um fantasma para assustar criancinhas, enquanto pequenas e ingênuas.
E acrescentaríamos: crianças daquela época. Porque as nossas, do tempo de hoje, já estão se acostumando com as informações veladas, subliminares ou às vezes muito claras, contidas nos desenhos animados de hoje. No final do filme A Era do Gelo 2, um neurótico esquilo que desde o primeiro episódio está tentando proteger sua avelã, sofre um fenômeno de EQM –
Experiência de Quase Morte. Em um dos filmes do consagrado Shrek, o personagem principal cai. Preocupado, seu fiel escudeiro o burro alerta-o: - Afaste-se da luz do túnel! Numa clara alusão do diretor ao túnel percorrido pelas almas que transitam desta vida para o além.
Um pastor americano da Carolina do Norte atreveu-se a fazer um comentário favorável ao livro O Amor Vence, de Rob Bell, no qual a ideia do inferno é colocada como equivocada e tóxica e contrária às mensagens de amor, perdão, paz e alegria de Jesus. Foi demitido!
No Brasil, na cidade de Pires do Rio, o Frei Sebastião deve ter chegado à conclusão de que apenas rezas não são suficientes para que os pecadores sejam absolvidos de seus pecados.
Passou a ministrar penitências que promovem a mobilização das pessoas. Para se livrarem de suas culpas precisam passar a fazer alguma coisa em favor da comunidade. Não conseguem mais o perdão sem méritos.
Eis que os homens começam a despertar para as realidades. E nem precisaríamos nos utilizar dos argumentos espíritas. Baseando-nos unicamente na lucidez de Jesus, a ideia de um inferno eterno, em contrapartida com a hierarquização de um céu reservado a um seleto número de cristãos, colide com a lógica.
Nenhuma das ovelhas se perderá nos montes, assevera Jesus, ao mesmo tempo que condiciona: Ninguém irá ao Pai, senão por mim. Daí os jovens pastores e sacerdotes católicos começarem a questionar a eternidade das penas de além-túmulo, com a moral do Cristo, recheada de amor, paz, alegria e esperança.
“ – Poderão durar eternamente os sofrimentos do Espírito?” – Indaga Allan Kardec. “ –
Poderiam, se ele pudesse ser eternamente mau. Mas, Deus não criou seres tendo por destino permanecerem votados perpetuamente ao mal.” A conclusão é simples e intuitiva. Fomos criados para o bem, para o amor e para a felicidade. Ainda que, depois desta vida, tenhamos
que estagiar em regiões umbralinas, prosseguiremos na jornada evolutiva. Nosso destino é a perfeição. E, obviamente, Deus jamais falha em seus propósitos.