Cada um tem a Morte que merece - Sidney Fernandes

RESUMO: Mais importante do que nos preocuparmos com o gênero de morte, será cuidar do gênero de vida que estamos levando. A falta de espiritualização e o apego às coisas materiais podem provocar problemas de desligamento e adiamento do retorno à pátria espiritual. Melhor analisar como estamos vivendo, fazendo balanço diário de nossas atitudes, para que tenhamos um retorno tranquilo, feliz e rápido, no momento que Deus determinar para nossa morte.

CADA UM TEM A MORTE QUE MERECE
Sidney Fernandes


A vida é uma recapitulação de experiências que podem ser iluminadas através do Evangelho de Jesus.  Emmanuel
Mansão Paz
No livro Ação e reação, o autor nos traz detalhes de sua visita à Mansão Paz, escola de reajuste encravada no meio das regiões inferiores, que faz lembrar o Mosteiro de São Bernardo, convento situado nos desfiladeiros entre a Suíça e a Itália.
Esse estabelecimento é um pouso acolhedor, sob a jurisdição da Colônia Nosso Lar, recebe Espíritos infelizes ou enfermos dedicados à própria regeneração, que depois se elevam a colônias superiores ou retornam à Terra para reencarnação retificadora.
Nesse local há setores de assistência e cursos de instrução, nos quais médicos e sacerdotes, enfermeiros e professores encontram, depois da morte, aprendizados e tarefas da mais elevada importância. André Luiz ali estava para observar os mecanismos da lei de causa e efeito, a fim de coletar material didático para despertamento dos encarnados da Terra.
Desastre aviatório
De repente, sinais sonoros chamaram a atenção dos diretores da Mansão para imagem que aparecia em grande tela, semelhante às das atuais smart TVs de plasma. Era um apelo urgente, vindo da Terra, para auxílio às vítimas de grande desastre da aviação.
Grande aeronave fora desnorteada por espessa neblina e se chocara contra o pico de uma montanha. Os destroços do avião guardavam quatorze vítimas. Ancião desencarnado, em serviço pela região, formulava urgente pedido de equipe adestrada para a remoção de seis entidades desencarnadas no doloroso sinistro.
André Luiz pediu ao diretor da casa permissão para juntar-se à equipe socorrista, mas teve sua reivindicação negada, sob o argumento de que aquele era trabalho de natureza especialíssima, outorgada tão somente a colaboradores rigorosamente treinados.
— Por que motivo — indagou André Luiz — fora requisitado auxílio para a remoção de seis dos desencarnados quando o total de vítimas era quatorze?
— Todos serão atendidos — respondeu o mentor. No entanto, a morte é diferente para cada um. No presente momento, serão desligados de seus despojos carnais apenas aqueles cuja vida aqui na Terra foi conduzida de forma a favorecer o afastamento imediato. Os demais permanecerão, por enquanto, ligados aos seus despojos físicos.
— Por quanto tempo? — perguntou André.
— Quem sabe? Alguns serão detidos por algumas horas, outros, por alguns dias.
Morte não coincide com desligamento A morte nem sempre coincide com a libertação da alma. Morte física e desencarne não ocorrem simultaneamente. Enquanto o indivíduo pode ser considerado morto assim que o coração deixa de funcionar, o Espírito desencarna quando ocorre o desligamento, que pode demandar mais tempo.
Muito mais do que pensamos, é comum o Espírito permanecer preso ao corpo, mesmo depois do sepultamento, por não ter se preparado convenientemente para a morte.
A empolgação por valores materiais, a ligação com baixas correntes de ilusões e o cultivo de vícios e paixões provocam séria impregnação de energias vitais que aprisionam a alma à constituição fisiológica e a retêm por mais tempo.
Mentores espirituais não podem forçar o desligamento imediato? Sem dúvida, eles têm esse poder. Da mesma forma, no entanto, que não devemos apressar a saída de um pintainho da casca, desrespeitando o tempo da natureza, não é aconselhável apressar o desligamento, sob pena de lançar o Espírito às realidades espirituais sem o devido preparo.
Mulher presa aos seus despojos
Encontrava-se André Luiz3 com equipe espiritual acompanhando os despojos de um desencarnado, merecedor que era de assistência nos movimentos iniciais da sua libertação e também de defesa contra eventuais malfeitores que ficam nos cemitérios em busca de resíduos vitais.
De repente, André começou a ouvir soluços vindos de sepulcro próximo. Infeliz mulher desencarnada lastimava-se, em tom comovedor, da situação em que se encontrava, denotando desconhecimento de sua morte. Mais do que isso, a desventurada estava sentindo os efeitos da decomposição cadavérica. Olhando mais de perto, André Luiz notou que ela estava presa por um fio que saía de sua cabeça e penetrava chão adentro.
Apiedando-se dela, fez menção de libertá-la daquela improvisada prisão, no que foi advertido por simpática figura de trabalhador.
— Sou do posto de assistência espiritual desta necrópole e estamos a par do sofrimento desta pobre criatura. Infelizmente, essa triste situação ocorre em benefício dela. Encontra-se ainda em alta desordem emocional, provocada por sua encarnação completamente distanciada da espiritualização. Se desatarmos os laços que a prendem ao corpo grosseiro em desintegração, regressará à residência para perturbar o companheiro honesto e o filhinho tenro que deixou. Ela está colhendo o que semeou e permanecerá dessa forma até que aprenda a respeitar a paz dos entes amados que deixou no mundo.
André se afastou, entendendo que a lição era dura, porém lógica.
Chegou a hora?
Depois de um acidente rodoviário fatal, nossos comentários geralmente giram em torno da hora da morte:
— Chegou a hora, Deus quis assim.
Negativo! Muitos casos são realmente cármicos e atendem aos desígnios que traçamos em passado remoto. No entanto, muitos saem alcoolizados e em alta velocidade pela estrada e, literalmente, morrem antes da hora e, às vezes, matam pessoas inocentes.
Assumem tremenda responsabilidade perante a justiça divina e passam por dificuldades maiores de recuperação e desligamento. Podem ser considerados suicidas inconscientes ou mesmo homicidas, por terem colocado termo a outras vidas.
Mortes dessa natureza não podem ser atribuídas à fatalidade4. Da mesma forma que muitos minam seus corpos com intemperanças físicas — substâncias tóxicas e alimentares — ou espirituais — ressentimentos, maledicência, linguajar grosseiro e obsceno —, os imprudentes podem ser expulsos extemporaneamente da vida por suas inconsequências e responderão por isso.
Nunca nos esqueçamos de que, mais importante do que a maneira como vamos morrer, é o tipo de vida que estamos levando. O gênero da existência que alimentamos determina a tipo de morte que iremos ter.
Medo da morte.
Uma das explicações mais convincentes para o medo da morte foi registrada por André Luiz na palavra de Albano Metelo. A maioria dos que se desligam da Terra — revela o elevado instrutor — faz estágio em estações expiatórias de resgate difícil e se envolvem em vibrações de medo e sofrimento.
Essas vibrações perturbadoras ficam impregnadas no subconsciente das almas, a ponto de guardarem da morte a figura de deusa sinistra. Pintam de tal forma a megera com cores negras, que elas ficam impregnadas nos que ficam e nos que partem desta vida.
Ao invés de considerar momentânea a separação entre vivos e mortos, guardam na retina a ideia de terrível noite de amarguroso adeus.
Ao relembrar intimamente os terríveis momentos vividos em desencarnações precedentes, não por acaso o Espírito recua perante a perspectiva de vivenciar novamente os sofrimentos das esferas escuras.
Chamados do mal
No espaço de tempo entre o perecimento do corpo e a libertação da alma, podem surgir criaturas desencarnadas com sugestões indesejáveis. Serão aceitas pelos recém desencarnados? Os que permanecem surdos ao bem podem ser seduzidos pelos cânticos do mal. Se já estão vacinados contra os tormentos do mal, não cederão aos chamados infernais. Tudo depende dos valores com os quais se identificaram e das defesas internas que cultivaram durante o período da vida física.
Equipes espirituais de atendimento André Luiz6 integrou equipe incumbida de atender cinco dedicados trabalhadores prestes a desencarnar na crosta terrena. No enterro de Dimas, registrou a presença, nas grades do cemitério, de vários Espíritos ali concentrados, que estavam esperando pelo momento de subtrair do morto os seus resíduos vitais. Ao perceberem a presença do grupo protetor do desencarnado, exclamaram com desapontamento:
— Não adianta! É protegido...
Com efeito, em seguida, o assistente Jerônimo aplicou passes magnéticos longitudinais, extraiu todos os resíduos de vitalidade de Dimas e os dispersou na atmosfera comum, para que as entidades inferiores ali presentes deles não se apropriassem.
Intranquilidades filosóficas
Que motivos podem causar um desastre aéreo, nas condições do caso apresentado no início deste texto? Alguns falarão em destino, outros em azar e mais alguns citarão falhas mecânicas ou humanas.
Esses argumentos são materialistas e partem do princípio de que estamos à mercê do acaso e não somos regidos por princípios da justiça divina.
Evidentemente, estamos diante de explicações desarrazoadas que a ninguém convencem, principalmente se partirmos do princípio da existência de uma consciência cósmica, responsável pela criação do universo e de todos os extraordinários mecanismos
que o regem.
No entanto, se atentarmos para o próprio Evangelho de Jesus, que nos adverte que a cada um será dado segundo suas obras e que a vida nos proporcionará o que merecermos, a fim de aprendermos o que devemos ou não devemos fazer, teremos elementos mais seguros para entender as aparentes discrepâncias da vida.
Da mesma forma que indagamos os motivos da ocorrência de um desastre, poderemos também perguntar:
Por que existem diferenças físicas, sociais e intelectuais entre os homens? Qual a razão da vida e para onde iremos quando ela terminar? Qual a razão lógica para pensarmos que somente o planeta Terra é habitado? Existem provas da imortalidade da alma e explicações para as comunicações dos que já morreram?
Essas perguntas serão respondidas de forma convincente e incontestável a partir do momento em que aceitarmos que não fomos criados no momento da concepção, que estamos na Terra para evoluir e que, por consequência, tudo o que nos acontece obedece ao princípio lógico da causa e efeito, que rege a multiplicidade das existências.
A partir daí, será natural o entendimento de que estamos colhendo o que semeamos, senão nesta, em outras existências, e que, à medida que formos crescendo em conhecimento e sentimento, teremos maior domínio sobre nossas vidas e também maior responsabilidade sobre todos os acontecimentos.
Máculas da alma.
Relembra-nos André Luiz7 que o corpo carnal vale por verdadeiro prêmio da Bondade Divina, que é necessário valorizar. Todo mal praticado conscientemente contra si mesmo ou contra outras pessoas provoca lesão na consciência do autor, que é imediatamente registrada como distúrbio ou mutilação do organismo físico.
Quando não ocorre o arrependimento e a devida reparação do mal causado, levamos conosco esse desajuste, que poderá se refletir em doença, deficiência ou chaga espiritual, que mais cedo ou mais tarde poderá nos sintonizar magneticamente com acidentes individuais ou resgates coletivos.
Não se trata, como vulgarmente se propala, de castigo divino ou de insólito agrupamento de pessoas, que seriam supostamente apastoradas por condutores espirituais, em manobra logisticamente complicada. Simplesmente é a colheita que chega para os que semearam mal, atraídos pelo magnetismo da culpa.
Débitos cármicos são chagas espirituais, que ficam impregnadas em nossos corpos astrais, à espera de limpeza, purificação e retificação. Quem transgride leis divinas comete ato de violência contra si mesmo.
Origens das provações.
Partindo do princípio lógico de que Deus não joga dados e de que não existem efeitos sem causas, podemos analisar as prováveis causas do acidente que ilustrou o início deste texto.
Delinquentes que atiraram pessoas indefesas para que seus corpos se espatifassem, praticantes de crimes hediondos em águas turbulentas e suicidas que se arrojaram de alturas criaram para si mesmos, não somente sofrimentos íntimos, mas desequilíbrios em seus corpos espirituais, que exigirão reajustes em futuras existências.
Reencarnam portando enfermidades e inibições ou dispositivos magnéticos que os sintonizam magneticamente com desastres naturais ou humanos.
Embora não estejamos diante de equações matemáticas, é possível imaginar as origens das atuais provações humanas.
Segundo Emmanuel8, os que se envenenaram poderão renascer com doenças digestivas e outros males de etiologia obscura; os que se incendiaram ou se asfixiaram poderão exibir males dermatológicos ou debilidades respiratórias; os que se enforcaram poderão amargar desenfreada multiplicação de células ou distúrbios do sistema nervoso; os que estilhaçaram o próprio crânio ou se atiraram de grandes alturas poderão ter desequilíbrios mentais ou distrofias musculares progressivas.
De acordo com o tipo de agressão, contra si mesmo ou contra outros, surgirão para o agente as respectivas calamidades congênitas, distonias orgânicas ou atração para outros quadros de provação regenerativa.
Moratórias
Não tem jeito? É assim mesmo? Nossos desvios de conduta desaguarão indefectivelmente nos oceanos da morte violenta, das deficiências, das enfermidades e das dores sem fim? Somente assim conquistaremos a terapêutica providencial na cura da alma?
Consciências endividadas podem adquirir e melhorar seus créditos e pagar com amor os seus empenhos junto à justiça divina. Para muitos Espíritos estavam reservados violentos efeitos às causas que geraram em passados escabrosos. No entanto, ao se afeiçoarem a atos louváveis, conquistaram moratórias que minimizaram ou anularam seus débitos.
Isso é possível? Amor em lugar da dor?
Orienta-nos novamente André Luiz com a sublime metáfora das ondas sonoras9.
Se uma onda sonora encontra outra, de forma que as cristas de uma preencham os vales da outra, não ocorrerá vibração nesse meio e resultará o silêncio. Assim também, se em contrapartida ao mal que pratiquei eu gerar novas causas com o bem, estarei anulando meus comprometimentos e reconquistando o meu reequilíbrio.
Isso se chama moratória divina. O bem praticado com todos os recursos ao nosso alcance poderá diminuir ou até anular os males que, inadvertidamente, pratiquei.
— Desse modo — diz André Luiz —, creio mais justo incentivarmos o serviço do bem, através de todos os recursos ao nosso alcance. A caridade e o estudo nobre, a fé e o bom ânimo, o otimismo e o trabalho, a arte e a meditação construtiva constituem temas renovadores, cujo mérito não será lícito esquecer, na reabilitação de nossas ideias e, consequentemente, de nossos destinos.
Joanes e Petrus
Depois de séculos de lutas, surgira oportunidade para os irmãos Joanes e Petrus galgarem novos degraus em sua jornada evolutiva. No entanto, ao serem procurados pelos mentores que vieram lhes oferecer as atribuições de trabalho, declararam-se preocupados com incômodas imagens que ainda remanesciam, dando conta de que ainda não eram merecedores da deferência.
Eram inoportunas dúvidas que os faziam sentir-se culpados, sem saber exatamente do quê. Sentiam culpas do pretérito a lhes tolher os movimentos, qual âncora retendo a partida de uma nave.
Ao se aconselharem no Ministério do Esclarecimento, a eles fora perguntado se estavam dispostos a enfrentar nova encarnação para quitarem os débitos remanescentes e se colocarem quites com a lei.
Ao responderem positivamente, técnicos da espiritualidade perscrutaram e encontraram o foco provocador de suas inquietações, situado entre os séculos XVI e XVII, época em que os dois irmãos eram educados pelos turcos. Com a idade de 10 e 11 anos, passaram a precipitar inimigos do alto de uma fortaleza.
Ao tomarem conhecimento das atrocidades que teimavam em queimar suas consciências, reafirmaram suas intenções de planejar novas vidas, cujas dores teriam o condão de eliminar suas antigas defecções.
Postularam atividades ligadas ao campo da aeronáutica, na área de testes de novos aviões, atividade de alto risco, que poderia redundar em quedas e perecimento de ambos, na eventualidade de acidentes aéreos, nas mesmas circunstâncias em que suas vítimas morreram, séculos antes.
Poderíamos terminar aqui nossa narrativa, noticiando a morte dos dois irmãos em espetacular queda de grande altura, que lhes possibilitaram o zeramento de suas culpas pretéritas. Mas, não foi bem assim que as coisas correram.
O destino traçado por eles mesmos foi alterado pelo comportamento digno com que pautaram suas vidas. As vidas de ambos, que deveriam ser interrompidas abruptamente ao passarem por crítica situação, foi dilatada graças aos seus méritos. A transformação e a persistência no bem dos dois personagens falaram mais alto e suas penas foram comutadas pelo amor e dedicação que pautaram suas vidas.
Cientes das bênçãos recebidas, honraram a moratória que lhes foi concedida, deram continuidade às obras que vinham construindo e se mantiveram fiéis aos seus compromissos, até o limite das possibilidades que lhes foram outorgadas.
Puderam se casar, ter filhos e viver por mais trinta anos no planeta Terra.
Retornaram ao plano espiritual vitoriosos, com as consciências tranquilas do dever cumprido. Voltaram às hostes celestes com seus entendimentos dilatados por novas fontes de luz que fluíram para seus reservatórios de conhecimento. Pouco tempo mais tarde, partiram para novas paragens de trabalho, em direção aos seus gloriosos destinos.
O desencarne de um homem bom.

Como deve ser a preparação para a morte? De que forma podemos evitar as dificuldades do desligamento? Como merecer a assistência de equipes especializadas em nosso desencarne? O que se deve semear para colher um bom final de vida? Se erramos, como fazer a reparação e merecer moratória do plano espiritual?
No encerramento deste estudo sobre a morte, julgamos oportuno mencionar uma experiência de vida que reúne respostas para todas essas indagações. Sintetizando uma vida digna que, com certeza, foi coroada pelas bênçãos da espiritualidade, trazemos a homenagem de Richard Simonetti a uma criatura que soube cumprir fielmente seus compromissos aqui na Terra.
***
Aprendemos com a Doutrina Espírita que a experiência humana não obedece a fatores aleatórios. Não nos introduzem na carne ao “Deus dará”.
Há sempre o concurso de mentores espirituais, ajudando-nos a definir em linhas gerais o chamado “destino”. Onde nasceremos, a condição física, a família, a profissão, o casamento, a duração da jornada humana, doenças cármicas, limitações e facilidades…
Esses eventos não estão “escritos nas estrelas”, não constituem determinismo absoluto, o que eliminaria o livre arbítrio, indispensável na vida do Espírito, já que a responsabilidade, experiência fundamental em favor de nossa evolução, é uma planta tenra que só cresce em clima de liberdade.
Uma profissão não adotada, um casamento que não se consuma ou não se prolonga, filhos que deixam de vir, vida reduzida pela metade, existência saudável comprometida pelo vício e muitas outras situações não planejadas ocorrem na medida em que o Espírito entra por desvios de comportamento.
Em face desse problema, nem sempre há uma programação detalhada para todos, porquanto, se não são dotados de maturidade, tendem a não cumprir nada. Nesses casos há um planejamento sumário, envolvendo nascimento, condição física, família, e o resto fica por conta do Espírito, que certamente dará muitas “cabeçadas”, mas que resultarão em benefício próprio, na base do sofrer para aprender, no cumprimento da Lei de Causa e Efeito, que faz retornar a cada um segundo suas obras, como ensinava Jesus.
Quando o reencarnante é evoluído, com perfeita consciência da paternidade divina e de suas responsabilidades; quando sabe que a reencarnação objetiva oferecerlhe experiências evolutivas importantes que lhe compete aproveitar, é uma beleza. Será sempre alguém muito especial, que vai destacar-se em sua profissão, no desdobramento de seus compromissos, no relacionamento familiar, no envolvimento com a comunidade.
***
Estou fazendo esta introdução, amigo leitor, para falar de um médico bauruense, que acaba de nos deixar, o Dr. Oswaldo Maldonado, que tive o prazer de conhecer e que cuidou de meus filhos como pediatra.
Vejo nele um Espírito que reencarnou com compromissos no campo da medicina, uma das mais nobres tarefas humanas, porquanto objetiva algo fundamental em favor da criatura humana – cuidar da saúde, que merece empenho de nossos mentores espirituais,
a fim de que cumpramos nossos compromissos, sobretudo o mais importante, que é trabalhar em favor de nossa própria evolução.
Sempre estudioso, atencioso, amigo dos pacientes, desprendido, o Dr. Oswaldo Maldonado deixará saudades, porquanto foi sem dúvida o exemplar raro do médico que vive para a medicina, não vive da medicina.
É aquela velha história: tristezas para quem fica acenando lenços de saudade; alegria para quem recebe o companheiro de retorno, acenando louros da vitória.
Nem preciso pedir a Deus que o abençoe, Dr. Maldonado, porquanto sua passagem entre nós foi uma bênção de Deus.


Referências:
1 LUIZ, André. Ação e reação. Psicografia de Francisco Cândido Xavier. 15. Ed.
Julho de 1993. FEB.
2 SIMONETTI, Richard. Quem tem medo da morte? 48. Ed. Junho de 2018.
Editora CEAC.
3 LUIZ, André. Obreiros da vida eterna. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
35. Ed. Novembro de 2019. FEB.
4 SIMONETTI, Richard. Quem tem medo da morte? 48. Ed. Junho de 2018.
Editora CEAC.
5 LUIZ, André. Obreiros da vida eterna. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
35. Ed. Cap. 1 “Convite ao bem”. Novembro de 2019. FEB.
6 idem.
7 LUIZ, André. Ação e reação. Psicografia de Francisco Cândido Xavier. 15. Ed.
Cap.19 “Sanções e auxílios”. Julho de 1993. FEB.
8 EMMANUEL. Religião dos Espíritos. Psicografia de Francisco Cândido
Xavier. 6. Ed. Pg. 119 “Suicídio”. Julho de 1985. FEB.
9 LUIZ, André. Ação e reação. Psicografia de Francisco Cândido Xavier. 15. Ed.
Cap.18 “Resgates coletivos”. Julho de 1993. FEB.
10 FERNANDES, Sidney. Sob a luz que liberta. 1. Ed. Março de 2018. Editora
CEAC.
11 SIMONETTI, Richard. Homenagem ao médico pediatra Oswaldo Maldonado,
falecido em 21/03/2010.