Caminho da Felicidade - Sidney Fernandes

CAMINHO DA FELICIDADE

- Sidney Fernandes


Uma interessante variação da expressão Felicidade é um modo de viajar, não um destino, está na frase Somos mais felizes com experiências, do que com objetos.
Coisas materiais passam. Por mais intensos que sejam nossos desejos por elas, com o tempo elas passam. Passam a fazer parte da nossa rotina.
Agora, uma nova ideia, um jeito novo de raciocinar, um gesto feliz ou a participação em um projeto nobre nunca desaparecem. Passam a fazer do nosso eu, do nosso espírito.
E o nosso modo de viajar, como está sendo?
Talvez seja interessante examinarmos os pontos de atrito da nossa presente viagem e selecionarmos as experiências que nos sejam realmente positivas.
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Os céus conspiram a nosso favor. Querem que soframos o mínimo necessário. Por isso, nossa jornada evolutiva é acompanhada de perto pelo plano espiritual. Lembro-me de oportuna mensagem que conheci na mocidade espírita, retirada do livro Opinião Espírita, que bem caracteriza a preocupação da espiritualidade com o nosso progresso.
André Luiz lembra que o espírita deve, periodicamente, fazer um exame pessoal, para avaliar sua situação.
E alerta: — Espírita que não progride durante três anos sucessivos permanece estacionário.
E sugere que examinemos vários aspectos de nossa vida, para sabermos se progredimos ou ainda estamos na mesma.
Paciência, paz doméstica, atividade no centro espírita, vivência do Evangelho, disposição em servir, relacionamento com amigos, colegas de trabalho e parentes, são alguns dos itens abordados pelo autor.
Se dermos uma parada para pensar, podemos afirmar com convicção que atualmente estamos melhores?
Ora! Se a resposta é negativa, como podemos almejar mais paz e menos inquietações?
Emmanuel.
Prossegue nessa mesma linha de advertência ao comentar este trecho da primeira epístola de Paulo aos Coríntios:
— Que quereis? Irei ter convosco com vara ou com amor e espírito de mansidão?
Em outras palavras: Progrediremos através do cumprimento dos preceitos evangélicos ou será preciso a vara, isto é, a dor, para nos estimular à caminhada?
O mesmo Emmanuel observa ainda que gastamos muita vela boa com defunto ruim. Adquirimos enfermidades, contraímos males, deixamos nos envenenar pela cólera, comemos demais e gastamos preciosas oportunidades em busca de recursos que ficarão aqui na Terra. Melhor sofrer no bem, recomenda novamente Emmanuel, relembrando a primeira epístola de Pedro.
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Parafraseando Gandhi poderíamos afirmar que não há um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho.
Nosso nível evolutivo ainda requer a morada planetária em que nos encontramos. E a vida aqui, reconheça-se, não é fácil, com a predominância do egoísmo, da vaidade e do orgulho...
Nem por isso temos que viver só de tristezas e lamentações.
Ainda que relativa, a felicidade é possível no planeta Terra.
Ela dependerá de interpretarmos os momentos da vida, mesmo os mais dolorosos, como a vontade de Deus direcionada
para o nosso bem.
E tudo fluirá melhor, se aprendermos a nos desviar das naturais pedras do caminho e passarmos a encarar o atual momento como o possível, considerando-o o melhor para a nossa economia espiritual.