Como Voltaremos ? - Sidney Fernandes -

COMO VOLTAREMOS?
Sidney Fernandes - 


No estágio evolutivo em que nos encontramos, não é possível o aperfeiçoamento espiritual senão através da imersão na matéria. A encarnação representa um estágio depurador indispensável, para que aprendamos a evitar o mal e a praticar o bem. Evoluir, em suma.
Espíritos existem que até prefeririam adotar uma espécie de posição laissez faire, na espiritualidade. Conformados com a condição quebra-galho em que se encontram, desejariam ali permanecer indefinidamente, deixando do jeito que está, para ver como as coisas ficam.
Não é possível! Cedo ou tarde vem um aguilhão a nos cutucar os fundilhos lembrando a inexorável necessidade de progredir. Não há exceção. Todos têm que se elevar, relembra Allan Kardec, na questão 333, de O Livro dos Espíritos.
E nós, reencarnamos por bem ou na marra? Há sinais que servem de pista para descobrirmos o que motivou a nossa atual encarnação? Com certeza. Basta observarmos a nós mesmos:
- costumamos reclamar muito da vida?
- emburramos com facilidade e conservamos mágoas e irritações?
- caímos na fossa e entramos em estado depressivo frequentemente?
- gostamos de brigar por motivos tolos?
- ficamos doentes periodicamente?
Chi! Mau sinal. Altos indícios de que estamos aqui contra a nossa vontade.
Mas, animemo-nos! Nem tudo está perdido. No frigir dos ovos não vai importar muito como viemos e sim como voltaremos à espiritualidade.
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Na questão 894, de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec procura saber dos Espíritos se há distinção entre os conformados e os voluntários.
Há pessoas que fazem o bem espontaneamente, sem que precisem vencer quaisquer sentimentos que lhes sejam opostos.
Terão tanto mérito, quanto as que se veem na contingência de lutar contra a natureza que lhes é própria e a vencem?
Os Espíritos respondem concordando que, realmente, algumas pessoas têm mais facilidade para praticar o bem. Parece que o bem já virou um hábito para elas. Mas, isso não é de graça.
Esse progresso resultou de muitas lutas, muitos esforços. Agora, colhem o que semearam.
Esses aceitam a encarnação como precioso presente que lhes foi proporcionado por Deus, em direção à jornada evolutiva.
Por outro lado, os revoltados, que se sentem inadaptados à presente encarnação, espantam-se com esses preciosos exemplos
de resignação e vocação para o bem.
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Como voltaremos à espiritualidade? Dependerá do que estamos fazendo com a atual existência.
O que é a vida na Terra, para mim?
- prisão ou escola?
- muro de lamentações ou renovação espiritual?
- arena de conflitos ou espaço para reconciliações?
- criação de novos inimigos ou de novas amizades?
- oportunidade de fazer o que gosto ou de gostar do que faço?
- busca de lazer ou oportunidade de trabalho?
São algumas das perguntas que devemos repetir sempre, a fim de nos direcionarmos aos reais objetivos da nossa existência.
Afinal de contas, o que pensamos e fazemos hoje vai projetar o ânimo do retorno à vida espiritual.
Como chegamos? Não importa! O que vai contar mesmo é como voltaremos à vida verdadeira: vitoriosos ou reincidentes nos
erros do passado?