ENGANAR OU SER ENGANADO?
-Sidney Fernandes
Levantar-se-ão vários falsos profetas, que seduzirão a muitas pessoas. Mateus 24-11
Relações com Espíritos precisam ser conduzidas com cuidado e honestidade, sob pena de enganarmos, enganarmo-nos ou sermos enganados.
Pessoas já se atribuíram muito poder e prestígio em função dos conhecimentos supostamente sobre-humanos que possuíam ou de uma pretensa missão divina de que seriam portadores. São esses os chamados falsos profetas citados por Jesus.
O conhecimento é o maior antídoto contra enganações ou falsas interpretações. O leitor acha que estou exagerando? Vou dar um singelo exemplo.
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Com o recente desencarne de um parente querido, Nilva procurou a dirigente do centro que frequentava. Desejava uma vibração especial para o desencarnado.
— Não devemos! – observou peremptoriamente Tiana, líder do grupo.
— Por quê? — estranhou Nilva.
— Se pensarmos no desencarnado, ele ficará entranhado em sua casa e não lhe dará mais sossego.
Felizmente Cássio, diligente estudioso da Doutrina Espírita, que acompanhava a conversa, humildemente interferiu.
— Irmã Tiana, você está enganada. A oração é sempre bem vinda em qualquer circunstância. Sobretudo no desencarne, é um verdadeiro farol de luz para os menos esclarecidos. E quanto a um eventual apego do falecido, não se preocupe. Os mentores se encarregarão de encaminhá-lo.
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Crendices, superstições e inverdades são comuns em grupos que não estudam e dão ouvidos a falsos profetas. Com o estudo, passamos a ter um novo patamar de raciocínio e observação dos fatos, prevenindo-nos contra enganos ou manipulações.
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O Espiritismo vem nos alertar para outra categoria de falsos Cristos e de falsos profetas: a dos desencarnados. Além dos médiuns que passam a mercantilizar seus dons e, com isso, provocam o afastamento dos bons Espíritos, há os Espíritos inferiores que gostam de enganar, têm vontade própria e agem como melhor lhes apraz.
Ocorreu recentemente um triste caso com médium curador.
Estava ajudando muita gente, enquanto revestido de boas intenções e sincera vontade de auxiliar pessoas sofredoras. Ocorre que sua fama correu e, com isso, centenas de pessoas passaram a procurá-lo.
A pretexto de arrecadar fundos para a entidade mantenedora dos trabalhos, passou a cobrar pelas consultas. Com isso houve o afastamento dos altos mentores que dirigiam as curas. A partir daí o falso profeta emergiu e com ele vieram as mistificações de Espíritos enganadores, hipócritas e orgulhosos.
Infelizmente ocorreu uma situação muito grave com uma das pacientes, em decorrência de tratamento indevido, o que valeu um processo penal contra o médium, por exercício ilegal da medicina.
Em situações menos graves ocorrem, no mínimo, situações bizarras e absurdas.
Antídotos: estudo, oração e vigilância!
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Falsos profetas não aparecem por acaso. São convidados por nossa ignorância, nossa imprudência e a nossa falta de confiança na providência divina. Espíritos, superiores ou inferiores, devem ser respeitados e, por isso, nosso contato com eles deve ser acompanhado de cuidado e honestidade. Afinal de contas, daqui a pouco nós é que estaremos do outro lado da vida...