Médico ou Centro Espírita ? -Sidney Fernandes –

MÉDICO OU CENTRO ESPÍRITA?
Sidney Fernandes –


Doutor Paulo, médico psiquiatra, entrou pela larga porta do Grupo Espírita Emmanuel com um certo temor e desconforto.
Aprendera, desde a meninice, ouvindo avós e pais, que ali morava o diabo. Misteriosamente, três de seus pacientes o haviam procurado para diminuir as medicamentações que ele havia receitado. Por coincidência, os três estavam passando por tratamento naquele centro espírita.
— Por favor — dirigiu-se à funcionária da portaria —, onde fica o TRE-DE-EME?
— Desculpe, senhor. Talvez o senhor esteja procurando o TDM — Tratamento da depressão pelo magnetismo. Por acaso o seu nome é Paulo? O responsável pelo TDM, Miguel, o está aguardando.
No alto da rampa já o aguardava, sorridente, Miguel Lopes, um dos diretores daquela casa espírita.
— Em que posso ajudá-lo? — perguntou o dirigente.
A princípio reticente, Paulo expôs sua estranheza diante do inusitado comportamento de seus pacientes. Que tipo de tratamento estavam recebendo? — resumiu o psiquiatra.
Miguel expôs a ele, sinteticamente, a técnica dos passes magnéticos, as orações e os convites ao trabalho voluntário, que são oferecidos a todos que procuram aquela casa. Deixou bem claro que a condição primeira para o tratamento magnético é a continuidade do tratamento médico convencional.
— Sim, sei disso. Meus pacientes continuaram sob os meus cuidados e usando os medicamentos aviados. O que está me intrigando, no entanto, é o tempo de resposta, muito menor, quando os meus doentes se submetem ao tratamento complementar de vocês, cerca de três meses, enquanto que, apenas com o meu tratamento, os resultados demoram muito mais.
Dr. Paulo passou a acompanhar a evolução dos casos atendidos pelo TDM e ficou encantado, não apenas com os progressos alcançados, mas também pela filosofia espírita por trás da ajuda espiritual e emocional prestada pelo centro.
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Dr. Sérgio Felipe de Oliveira, médico psiquiatra, que coordena a cadeira de medicina e espiritualidade da USP — Universidade de São Paulo —, afirmou, em entrevista, que a medicina está entrando no território do espiritual.
Diz ele:
— O corpo é um instrumento do psiquismo, um instrumento da alma. Aquilo que a gente alimenta em termos de pensamento,
de sensações e emoções, reflete-se na estrutura do organismo.
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Há mais de setenta anos o médico André Luiz começou a tratar exatamente desse assunto, por intermédio do médium Francisco Cândido Xavier. Ele antecipou conceitos que somente agora, no século XXI, a ciência começa a aceitar.
A doença espiritual causa avarias na “fôrma” da nossa forma, provocando doenças e limitações físicas. São os efeitos das causas que provocamos, que retornam buscando mudanças de comportamento do ser humano.
— A medicina — afirmou André Luiz — deverá considerar o doente como um todo psicossomático, se quiser investir na arte de curar.
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A medicina do futuro será preventiva, principalmente em relação às reais causas das doenças, os males de ordem emocional e espiritual. Campanhas sociais, visitas a doentes, apoio a instituições socorristas e assistências aos órfãos, são alguns exemplos dos remédios do futuro, que visam o equilíbrio e a alegria, para que se previnam males e enfermidades futuras.
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Médico ou centro espírita? Se passarmos a confiar nas palavras do Cristo e a seguir seus exemplos, talvez não precisemos nem de um, nem de outro. Cientes de que nossos pensamentos e comportamentos determinam saúde ou doença, optaremos pelo aperfeiçoamento do espírito, caminho definitivo para a verdadeira felicidade.