Ninguém pode servir a dois Senhores.
-Sidney Fernandes
“Porque, aquele que pede, recebe; e o que busca, encontra; e ao que bate, se abre”. Mateus 7:8.
“E então dará a cada um segundo as suas obras”. Mateus 16:27.
- Esta mulher, por enquanto, não pode receber nosso socorro. É preciso entregá-la à própria sorte.
(Nosso Lar - André Luiz - Cap.31)
André ficou escandalizado. Recusar o atendimento àquela sofredora não seria faltar aos deveres cristãos? O próprio Cristo não havia dito que aquele que pede recebe?
Porém, diante das ponderações do mentor, percebeu que o reconhecimento das próprias fraquezas e a boa vontade de resgatar os débitos são condições fundamentais para que as súplicas sejam atendidas.
Induzidos por falsa interpretação das palavras do Cristo, alimentamos a convicção de que Deus SEMPRE atende nossas súplicas. A Doutrina Espírita esclarece que o alívio às nossas dores depende de outros fatores.
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No livro Missionários da Luz, André
Luiz descreve situação em que o necessitado já havia sido atendido dez vezes, sem qualquer esforço de melhoria de sua parte.
– Lastimável! – Exclamou o chefe do auxílio, depois de longa perquirição. –
Entretanto, apenas poderemos aliviá-lo.
Agora, após dez vezes de socorro completo, é preciso deixá-lo entregue a si mesmo, até que adote nova resolução.
Percebendo-me o espanto, Anacleto explicou:
– Nosso esforço é também educativo e não podemos desconsiderar a dor que instrui e ajuda a transformar o homem para
o bem.
Há pessoas que procuram o sofrimento, a perturbação, o desequilíbrio, e é razoável que sejam punidas pelas consequências de seus próprios atos.
Aquele que pede, recebe. Mas, aquele que recebe e não se emenda, está abusando da generosidade superior, que se vê obrigada a retirar os anestésicos, a fim de que a dor promova a sua transformação.
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Nem sempre os espíritos superiores são “bonzinhos”. A espiritualidade orienta, alerta, mas também, quando necessário, nos repreende.
Diante da inobservância de regras por alguns auxiliares, vejamos esta sonora bronca do mentor, anotada por André Luiz em “Os Mensageiros”:
- Vieira, recomendo a você e ao Hildegardo a melhor observância do nosso critério doutrinário. Não podemos perder tempo com Espíritos escarninhos e ociosos.
Não é falta de caridade, é compreensão do dever. Não se esqueçam de que existem determinados núcleos de tarefa para os
surdos e cegos voluntários.
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Os Espíritos do Bem jamais nos desamparam. No entanto, quando não reconhecemos nossas faltas, abusamos da ajuda espiritual ou descumprimos regras traçadas, ainda que a pretexto de ajudar entes queridos, desviamo-nos do bom caminho e então, lamentavelmente, somos entregues à própria sorte.
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Diz Emmanuel que raramente nossas orações têm o retorno que esperamos.
Nosso ponto de vista físico não nos deixa detectar as reais necessidades espirituais.
O Espiritismo não apenas consola, mas traz-nos visão clara, que permite aceitar plenamente a mensagem cristã.
Toda prece é útil. Ela nos fortalece e atrai bons espíritos. No entanto, a paciência e a generosidade dos planos maiores não duram para sempre.
Quando apenas pedimos e não nos ajudamos, a leve persuasão da vida se torna insuficiente para nos impulsionar ao progresso. Daí, a vida fica mais dura, os recursos de alívio mais escassos e temos que amargar os efeitos da nossa indolência.
Diante dessas reflexões, cuidemos para que não se abale a nossa fé. Deus jamais nos desampara! Aquele que pede, recebe!
Nossas orações são sempre atendidas, nem sempre, porém, são entendidas. A cada um segundo as suas obras.