Não pode a árvore boa dar maus frutos - Sidney Fernandes

“Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar bons frutos”. Mateus 7:18.

-Sidney Fernandes


“Os bons pensamentos produzem bons frutos, os maus pensamentos produzem maus frutos... e o homem é seu próprio jardineiro”.
James Allen

(Artigo elaborado com base no Capítulo 26 – Pensamentos – do livro Um Olhar Sobre a Honestidade, de Donizete Pinheiro-Editora EME)
Ninguém comete uma atrocidade de uma hora para outra.
Ela é geralmente adredemente preparada, urdida, planejada, mastigada e ruminada. Obedece às habituais ações lucubradas na mente, que acabam por tomar forma.
Furtar, mentir, trair, fraudar, dominar, matar, tornar-se frio e egoísta, indiferente ao mundo que o cerca, pressupõe planejamento, prática e continuidade. Daí, passar a agir no mal por impulso é um passo. Esse tipo de agente cultiva hábitos mentais negativos recorrentes. Trata-se de indivíduo que não mais se questiona, visto que se acha certo e acima de tudo e de todos.
A definição de Espírita assinada por Allan Kardec tenderá a virar mera retórica, porquanto geralmente fica no cérebro do homem como mera intenção, inerte, sem execução.
Quem quiser fugir à insanidade e se atrever a domar suas más inclinações, deverá usar da mesma sequência metodológica das ações negativas: planejar, praticar e dar continuidade a habituais ações positivas, geradas no fluxo contínuo dos nossos pensamentos, em permanente funcionamento.
Haverá de estabelecer um link entre o cérebro e o coração, abarcando, com as vias do sentimento, aquilo que jaz na razão, como mera intenção.
Cultivar bons hábitos mentais nos levará a domar as más inclinações por impulso, sem questionamentos, fruto de autêntica transformação moral.
Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço. (Apóstolo Paulo-Romanos 7:19)
Concentração, tenacidade, vigilância, disciplina, determinação e perseverança previnem a atitude negativa e nos habituam à atitude positiva, tornando-a reflexo das nossas lucubrações mentais.
Sintonia! Esta é a palavra-chave. Sintonia com o nosso bem interior e sintonia com o bem exterior. O resto é mera consequência. Quem se compraz nisso, gera envolvimento com o bem. Quem se afasta dessa realidade, além de se prejudicar, envolve almas frágeis, induzindo-as ao comprometimento.
E nós, para que lado estamos indo? Que pensamentos cultivamos? É nesse momento que a recomendação de Santo Agostinho deve ser lembrada: Fazei o que eu fazia, quando vivi na Terra: ao fim do dia, interrogava a minha consciência, passava revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se não faltara a algum dever, se ninguém tivera motivo para de mim se queixar (O Livro dos Espíritos).
O autoconhecimento será o nosso leme. Ele nos prevenirá das ciladas da mente. Quando os pensamentos nos obedecem, ficam sob nosso controle e deixam de nos dirigir, habilitamo-nos a caminhar para o lado que queremos. A resistência à atração do mal, como diz Emmanuel, passa pelo conhecimento e pelo autoconhecimento, para que o erro ou o desequilíbrio não nos compliquem a romagem ou atrasem a marcha.
Se essa técnica fez bem para Santo Agostinho, com certeza fará bem para nós.