O QUE DIRIA RICHARD SIMONETTI?
Sidney Fernandes
Para todos nós que acompanhamos a extraordinária epopeia de Richard Simonetti, o mês de outubro tem um valor muito expressivo. Nasceu em 10 de outubro de 1935 e desencarnou no dia 3 de outubro de 2018.
Presidiu o CEAC de 1963 a 2007, dinamizando-o, criando frentes de trabalho, cursos, instrumentos de divulgação doutrinária, como editora, livraria, rádio, tv, jornal, palestras, seminários e cursos.
Expositor espírita, percorreu centenas de cidades brasileiras e do exterior. Articulou, em 1973, um movimento nacional de instalação dos Clubes do Livro Espírita, que prestam relevantes serviços de divulgação em centenas de cidades. Hoje, o clube do livro do CEAC, merecidamente, tem o seu nome: Clube do Livro
Espírita Richard Simonetti.
Colaborou assiduamente com jornais e revistas espíritas e escreveu regularmente para periódicos espíritas de projeção nacional. Foi membro da Academia Bauruense de Letras.
O que diria Richard Simonetti sobre o frequentador da casa espírita?
— Ante a clareza em que se exprime a Doutrina Espírita, conscientizando-nos de nossas responsabilidades diante da Vida, é inaceitável a figura do frequentador de Centro Espírita, interessado no conhecimento, distraído da vivência, desejoso de benefícios espirituais, sem interesse em colaborar com a Espiritualidade.
O Centro Espírita deve ser considerado um hospital, uma escola ou uma oficina de trabalho?
— Não vejamos nele simples hospital para cura de males que nos aflijam, nem mera escola de iniciação às excelências da Doutrina, mas, sobretudo, abençoada oficina de trabalho, a favorecer a edificação de divino templo em nosso coração, a exprimir-se em permanente comunhão com a Espiritualidade Maior, na sintonia do Bem.
E a respeito da infância da criança?
... o Espírito, durante esse período, é mais acessível às impressões que recebe, capazes de lhe auxiliarem o adiantamento, para o que devem contribuir os incumbidos de educá-lo.
Richard destacava sempre, em suas palestras, a necessidade de praticarmos a cidadania. No seu modo de ver, a humanidade tem se aproximado do caminho ideal do Evangelho, desenvolvendo ideias que lembram a prática da caridade.
Os deveres do cidadão, perante a sociedade, aproximam-se muito das regras morais cristãs.
Manifestou-se Simonetti a respeito do preconceito?
Um outro ponto que Richard batia firme era para que evitemos o preconceito, seja ele de cor, de posição social, de origem étnica, de gênero ou de orientação sexual. Afinal de contas, quando agredimos alguém, estamos agredindo a nós mesmos.
O que falava Richard sobre o trabalho?
Obreiro inato e grande incentivador da atividade útil, alertava-nos para estarmos sempre ativos, evitando a inércia, que vai contra a própria natureza humana.
Qual era a sua posição a respeito da participação em reuniões mediúnicas? Considerava como essencial para o frequentador da casa espírita. Dizia ele que a prática mediúnica era uma dádiva para a sua vida, que lhe facultara benefícios inestimáveis.
O que nos aconselharia Richard para os próximos cem anos do Centro Espírita Amor e Caridade de Bauru?
Com certeza nos alertaria quanto à necessidade de nos mantermos unidos, sob a inspiração da Doutrina Espírita, atentos à sua pureza doutrinária e para a real vivência dos seus princípios na prática, fugindo da simples teorização, com a veemência de Jesus, ao se referir aos chamados sepulcros caiados.
Richard Simonetti, onde está você?
Espíritos responsáveis e trabalhadores não se encontram em compartimentos estanques sem comunicação conosco e continuam trabalhando por nós, torcendo por nós e planejando os futuros rumos da nossa amada casa espírita.
Certamente, Richard está muito bem na espiritualidade e está usufruindo da sua condição de completista, por ter cumprido em plenitude os compromissos que assumiu ao reencarnar.
— Como você sempre nos ensinou, Richard, a imortalidade é a luz da vida, como o sol brilhante é a luz da natureza. Até breve, meu caro amigo Richard. Logo estaremos juntos novamente.
Obra consultadas: Por uma vida melhor e O homem de bem, de Richard Simonetti e A vida no mundo espiritual, de André Luiz.