O homem novo e a edificação da nova ordem social
Sidney Fernandes –
Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; E vos renoveis no espírito da vossa mente; E vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade.
Paulo, Efésios, 4:22-24
— Impossível! — afirmou peremptoriamente Paulo, presidente do Grupo Espírita Emmanuel. Não temos recursos para a reforma.
— Sim, concordou Alfredo — o mais antigo e ponderado diretor daquela casa. Então está na hora de elaborarmos o nosso plano diretor.
— O que é isso? — estranhou Paulo. Pensei que esse tipo de planejamento fosse aplicado apenas em instituições públicas.
— Simples — afirmou sorrindo Alfredo. Vamos desmembrar essa obra, assumindo o compromisso de executá-la por partes, num prazo adequado, um pouquinho à cada ano. Se tivermos recursos, continuaremos, etapa por etapa. Caso contrário, paralisaremos a obra, até que eles surjam.
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Segundo Emmanuel — (Vinha de Luz) —, esperamos grandes mudanças da humanidade, que, por enquanto, são impossíveis, se considerarmos o todo, as coletividades e as grandes massas humanas.
Bastará, todavia, que atentemos para o argumento do nosso suposto personagem Alfredo, para concluirmos que, se por um lado, as transformações coletivas tendem a acontecer de forma morosa, difícil e sem pressa, isso não ocorrerá, se focalizarmos cada componente desses agrupamentos de forma particular e isolada.
As pessoas não são iguais e cada espírito é dotado de possibilidades, tendências, raciocínios e sentimentos absolutamente próprios, que não são encontrados, similarmente, em outro indivíduo.
E foi exatamente com esse propósito, referindo-se à esfera particular, que o apóstolo Paulo recomendou que cada um de nós se despojasse do homem velho, para assumir a identidade do homem novo, a fim de renovar o espírito da mente.
A partir do momento em que cada homem busque a própria renovação, abandonando antigos vícios e velhos paradigmas, ele despoja-se do homem velho e passa a ter condições de exteriorizar obras imediatas, que efetivamente modificarão a sociedade.
E quanto mais indivíduos se prestarem a esse mister, maior será o exército do bem que constituirá uma nova comunidade social. Daí sim teremos massas humanas e coletividades renovadas.
É preciso ter presente, contudo, uma outra expressão de Paulo:
Sigamos, pois, as coisas que contribuem para a paz e para a edificação de uns para com os outros.
Paulo, Romanos, 14:19
Um dos objetivos de nossa encarnação no planeta Terra resume-se na paz e na edificação mútua. Convertidos no homem novo, respeitando as deficiências dos outros e superando as nossas, estaremos auxiliando, edificando e aproveitando a divina oportunidade da vida na construção do bem.
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Se não é possível, por enquanto, que o Evangelho de Jesus obtenha vitória imediata no espírito dos povos, vamos desmembrar essa obra, assumindo, cada um de nós, uma parcela de responsabilidade nessa grande construção de uma nova sociedade.
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Fiquemos com Emmanuel:
Semeando paz, colherás harmonia; santificando as horas com o Cristo, jamais conhecerás o desamparo.
No reino interior, Vinha de Luz