Olhar para a doença ou para o doente? -Sidney Fernandes

OLHAR PARA A DOENÇA OU PARA O DOENTE?
Sidney Fernandes


Pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará.
Paulo
Há pessoas que precisam da doença? Infelizmente sim!
A Síndrome de Münchhausen é uma doença psiquiátrica em que o paciente, de forma convulsiva, deliberada e contínua, causa, provoca ou simula sintomas de doenças, sem outro objetivo senão o de obter atenção e cuidados médicos.
Os sintomas se encaixam na descrição da doença relatada, o paciente tem necessidade de se submeter a diferentes exames, consulta vários profissionais, de diversas áreas, tem profundo conhecimento da enfermidade, evita que os facultativos tenham contato com seus familiares e apresenta sintomas de carência afetiva e insegurança.
Diferencia-se do hipocondríaco que acredita portar a doença, enquanto o portador de Münchhausen provoca a doença.
André Luiz, em seu livro Nos Domínios da Mediunidade, refere-se especificamente a essa situação, ensinando-nos que milhares de pessoas são assim. Elas apresentam sintomas de doenças de etiologias diversas e a elas se apegam e se adaptam, porque se sentem mais seguras e acomodadas.
Reclamam aos quatro cantos da moléstia de que se fazem portadoras. No entanto, se essas doenças lhes são subtraídas, sentemse vazias e padecentes, voltando a apresentar sintomas e impressões que evocam essas enfermidades. Precisam cultivar a posição de vítimas, na qual se comprazem.
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A esse respeito, a título de ilustração, quero lhes trazer, resumidamente, um curioso diálogo que extraí de vídeo de autoria de Fábio de Luca, dos formidáveis meninos do Humor e Espiritismo, denominado O Entrega Dor.
Um entregador, abarrotado de caixas, toca a campainha de um apartamento:
— Oi — diz o proprietário.
— Oi, o senhor é Samuel Teixeira Rodrigues? — diz o entregador, quase não suportando o peso das encomendas.
—Encomenda para o senhor.
— Deve estar havendo algum engano, eu não fiz nenhum pedido.
Pegando a relação de encomendas, Samuel começa a ler:
— Dificuldade, problema, infortúnio, dor.... Eu não pedi nada disso. Você acha que estou maluco de pedir essas coisas ruins?
— Meu irmão! Não há nada de errado aqui não. Você conhece a lei de causa e efeito? Você encomenda problema, quando causa problema. Sua encomenda chegou!
— Mas, eu não quero esses troços aqui não...
— Então pare de culpar os outros e encomende coisas melhores.
— Mas, como é que faço isso?
— Tendo bons pensamentos. Se você só pensa em rancor, ódio e tristeza, o que você acha que vai bater na sua porta?
— Tudo bem. A partir de agora vou ter pensamentos mais saudáveis, praticar boas coisas, enfim, vou me controlar mais...
— Ok, assim você receberá coisas boas. Mas, isto aqui, meu irmão, já estava encomendado, é tudo seu.
Cena seguinte, o entregador deixa todos os bagulhos na porta de Samuel e vai embora.
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Como superar esses desequilíbrios?
Dores maiores são chamadas a funcionar sobre dores menores, com objetivo de acordar almas viciadas — responde André Luiz.
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Não te detenhas em demasia sobre mágoas, doenças, pesadelos, profecias temerárias e impressões infelizes.
Todo dia é tempo de semear. Todo dia é tempo de colher. Não é preciso atravessar a sombra do túmulo para encontrar a justiça,
face a face. Nos princípios de causa e efeito, achamo-nos incessantemente sob a orientação dela, em todos os instantes de nossa vida.
Emmanuel
O Livro da Esperança e Fonte Viva