OS DEMÔNIOS QUE NOS ATORMENTAM
-Sidney Fernandes
E até das cidades circunvizinhas concorria muita gente a Jerusalém, conduzindo enfermos e atormentados de espíritos imundos, os quais todos eram curados. Atos 5:16
O socorro às influências obsessivas não é de agora. Já era da intimidade dos apóstolos.
E nos tempos atuais em O Livro dos Espíritos – na questão 467 e seguintes - encontramos o roteiro seguro para neutralizar a influência dos maus Espíritos: Praticando o bem e pondo em Deus a vossa confiança.
Cremos em Deus e pomos nele a nossa confiança?
A maioria de nós crê em Deus, mas age como se nele não acreditasse.
Esquecemo-nos de que a prática do bem - materializada pelo cumprimento de nossas obrigações, sejam elas familiares, sociais ou profissionais - nos aproxima de Deus e corta a nossa sintonia com maus Espíritos.
Espíritos só se apegam aos que, pelos seus desejos, os chamam, ou aos que, pelos seus pensamentos, os atraem.
Como diz Kardec, nós chamamos os Espíritos por nossos pensamentos e desejos. Isto é, não raramente, são os nossos DEMÔNIOS INTERNOS que nos atormentam, e não os desencarnados.
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Há pouco tempo recorri a um grande médium brasileiro para auxiliar a esposa de um amigo. Mesmo sem poder prestar um atendimento presencial, ministrou um socorro de emergência, por telefone. Após marcar uma data futura, em que seria iniciado o tratamento dentro do centro espírita, fez algumas recomendações à paciente. Mais tarde, em novo contato com o médium, tomei conhecimento delas:
— O caso de nossa irmã é realmente de fundo espiritual. No entanto, para que os Espíritos possam ajudá-la ela precisa imediatamente secar lágrimas.
— Como assim? - objetei.
— A paciente precisa ligar-se a alguma instituição beneficente e passar a auxiliar o próximo necessitado, a fim de fornecer-nos elementos que nos autorizem a auxiliá-la.
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A superação de problemas de saúde, inquietações e influências espirituais passa pela vigilância constante para superar nossas qualidades negativas e pelo esforço na prática do bem, no limite de nossas forças, pois responderemos por todo mal que resulte de nossa omissão, conforme a questão 642, de O Livro dos Espíritos.
— Antes de ser espírita – afirma Bezerra de Menezes — eu corria atrás dos meus defeitos. Hoje fujo deles!
E nós, como estamos? Correndo atrás ou fugindo de nossas qualidades negativas?
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Lembra-nos Emmanuel que Paulo, o apóstolo, também precisou lutar contra os demônios interiores que o atormentavam.
Perseguiu aqueles que interpretava por inimigos da ordem estabelecida e multiplicou adversários em toda parte.
Surgiu, contudo, um momento em que o Senhor o convocou a outro gênero de batalha: o combate consigo mesmo.
Caminha, modificado, em sentido inverso.
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Se queremos proteção contra as investidas de desencarnados inferiores e se almejamos vencer nossos demônios internos, é melhor começar agora o bendito combate contra os próprios defeitos.
Mais cedo ou mais tarde, pelo doce convite de algum enviado do Cristo ou pelo rude atrito das pedras do caminho, seremos chamados a semelhante serviço.
Se nem mesmo Paulo, ainda que agraciado pela visita de Jesus, escapou, que diremos de nós mesmos?