PEQUENOS GESTOS
Sidney Fernandes
Antes sede uns para com os outros benignos Paulo (Efésios, 4:32)
Pequenos gestos preenchem e dão substância à vida. Pequenos gestos também podem fazer mal. Se bem direcionados, todavia, podem trazer graça, salvar casamentos e até poupar vidas.
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Uma dupla de humoristas de rádio telefonou da Austrália para o hospital londrino onde estava internada Kate, a mulher do príncipe Williams.
A mulher da dupla apresentou-se à enfermeira Jacintha Saldanha como se fosse a Rainha, solicitando informações sobre Kate. Com boa-fé, a
enfermeira disse que a paciente estava se reidratando e logo voltaria para casa.
O trote telefônico provocou repercussão mundial. Jacintha Saldanha não suportou a exposição ao ridículo e foi encontrada morta, julga a
polícia, por suicídio.
Um pequeno gesto, uma pegadinha, levou a prestimosa enfermeira à morte.
Do artigo Piada mortal, de Zarcillo Barbosa.
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Há algo de fundamental para nós, sem o que nossa alma definha, qual planta sem alimento.
Chama-se amor! Quantos lares estariam ajustados e felizes; quantas separações jamais seriam cogitadas se num relacionamento familiar, pais e filhos, marido e mulher, irmãos e irmãs transmitissem com frequência, àqueles que habitam sob o mesmo teto, aquela que é a mensagem mais desejada, aquela que diz: “Sabe, eu gosto de você!”
Há muitas maneiras de dizer isso: um bilhete singelo, a lembrança de uma data, o elogio sincero, o gesto de louvor, o reconhecimento de um
benefício, a saudação alegre, a brincadeira amiga, o prato mais caprichado, o diálogo fraterno, o toque carinhoso...
Gestos com pequenas demonstrações de amor...
Do artigo Salvação matrimonial, de Richard Simonetti
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Samuel era um rabino que, na década de 1930, vivia numa aldeia polonesa. Gostava de dar longas caminhadas pelo campo. Era conhecido pela sua gentileza, pela forma com que a todos se dirigia.
Toda vez que o rabino passava pelo camponês Sr. Müeller, o cumprimentava com um sonoro: — bom dia!
Não havia resposta. O rabino, contudo, não desistia. Todos os dias, nas manhãs de sol, passava e cumprimentava o Sr. Müeller.
Finalmente, depois de muito tempo, o lavrador decidiu corresponder ao cumprimento.
Primeiro com um leve toque no chapéu.
Depois, acrescentou um sorriso.
Mais tarde, gritava de volta: — bom dia, Rabino.
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Os anos se passaram. Chegaram os nazistas e o rabino e toda sua família foram feitos prisioneiros e levados a um campo de concentração.
Desembarcando do trem, ele entrou em uma enorme fila para seleção. A fila avançava e ele pensava:
esquerda ou direita? Morrerei ou viverei?
Quando estava apenas a um passo do oficial que fazia a triagem fatal, reconheceu o lavrador que habituara-se a cumprimentar, Sr. Müeller.
O rabino se aproximou. Era a sua vez. Olhou fixamente para os olhos que o fitavam e disse baixinho: — bom dia, Sr. Müeller.
Os olhos do comandante tremeram por um segundo. A seguir, respondeu: — bom dia, Rabino.
E o rabino passou para a direita, para a vida.
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Os pequenos gestos, tantas vezes considerados insignificantes, podem acarretar consequências.
O rabino jamais pensou que um dia a sua vida estaria nas mãos daquele homem simples, que lavrava o campo todos os dias, em sua aldeia.
Mas o cultivo da gentileza, do bom humor e da cortesia salvaram a sua vida.
Mensagem do site http://robefassbinder.tripod.com/
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A vida não é feita de grandes acontecimentos e sim de pequenas atitudes. Valorizemos os pequenos gestos, direcionando-os sempre, com
responsabilidade, para o bem e para a verdade.