Pois, se amardes os que vos amam, que recompensa tereis - Sidney Fernandes.

POIS, SE AMARDES OS QUE VOS AMAM, QUE RECOMPENSA TEREIS

- Sidney Fernandes.


“Pois, se amardes os que vos amam, que recompensa tereis? ” Mateus 5:46
Durante trinta anos, Mary Anne viveu para Disraeli, e para ele somente. Ela tornou-se a coisa mais importante de sua vida. E ele a defendia com uma lealdade feroz.
Um casal motivado pelo amor e pela paixão, que se uniu e viveu uma vida maravilhosa?
Apenas uma parte da verdade.
Como davam certo os casamentos “arranjados” pelos pais? Na maioria dos casos, não davam.
Aturavam-se. Nem a família, nem a sociedade permitia a separação. E como ficavam os compromissos espirituais? Iam para o espaço. Novas encarnações eram repetidas, até que florescesse o verdadeiro amor entre o casal. Mas, esse “caos” é inevitável? Absolutamente!
Disraeli e Mary Anne são o exemplo de que duas criaturas, quando querem, podem encontrar motivos recíprocos para uma boa convivência. E daí sim pode despertar o autêntico amor.
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- Eu posso cometer muitas loucuras na vida, mas não pretendo nunca me casar por amor.
Quem assim dizia era Benjamin Disraeli, escritor e político britânico que chegou a ser primeiroministro do Reino Unido e pertencer à Câmara dos Lordes. Ficou solteiro até os trinta e cinco anos, quando propôs casamento a uma viúva rica, Mary Anne, quinze anos mais velha que ele.
Ela sabia que ele não a amava e que ia desposá-la pelo seu dinheiro. No entanto, ficaram casados durante 30 anos e “nunca me senti fatigado dela”, dizia Disraeli. Ela soube tornar-se a coisa mais importante de sua vida. E ela costumava dizer às suas amigas: “Graças à sua bondade, minha vida tem sido uma longa cena de felicidade”.
Para seu sempre crescente prazer, o lar era o lugar onde passava as horas mais felizes da sua  vida. No calor de sua adoração, a idosa esposa era a sua animadora, a sua confidente, a sua conselheira. Ele passara a sair apressado da Câmara dos Comuns para ir para casa, a fim de lhe
contar as novidades do dia. Mary Anne simplesmente não acreditava que ele pudesse fracassar. E ela tornou-se a sua heroína.
- Você sabe que eu apenas casei com você pelo seu dinheiro e nada mais? – Falava Disraeli em tom de pilhéria. – Sim, mas se você tivesse de fazer isso outra vez, casar-se-ia comigo por amor, não é? E ele confessava que sim.
Eles não eram perfeitos. Mas ambos se fizeram perfeitos um para o outro. Descobriram suas mútuas qualidades e se amaram por toda a vida. Provaram ao mundo que amar, acima de tudo, é compreender e doar-se, incondicionalmente.
A mágica do amor – não da paixão – pode acontecer. Dois espíritos se reencontram e naturalmente se unem, cumprindo prévio planejamento na espiritualidade. Mas mesmo que a união não seja com a “alma gêmea”, o casamento pode se harmonizar com o exercício da boa vontade, da generosidade, da compreensão e da cumplicidade.
Esses ingredientes, indispensáveis ao florescimento do verdadeiro amor, fazem parte não apenas do amor conjugal e sim da proposta da família universal trazida por Jesus. O caminho é bem conhecido de todos nós. Basta segui-lo.