Sarna para se coçar -Sidney Fernandes

SARNA PARA SE COÇAR

Sidney Fernandes


Vai, e não peques mais.
João, 8:11
Minha avó Duzolina costumava dizer, referindo-se a alguma pessoa que procurava problemas: — Está procurando sarna para se coçar. Estava se referindo, naturalmente, à infestação daquele ácaro que se alimenta da pele e prolifera em lugares com precárias condições de higiene.
Mas, ela não falava somente das nossas travessuras e inconsequências. Reportava-se, provavelmente, às pessoas que procuram outros tipos de problemas, talvez até mais graves.
Como por exemplo: os que se deixam tomar pelo ódio e pela cólera e acabam na amargura, na perturbação e na enfermidade; os que se apegam demasiadamente aos bens materiais e não conseguem se livrar dos obsessores; ou ainda os que não valorizam a cura proporcionada pelos médicos divinos e não a conservam. Todos esses procuram sarna. Acham-na!
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Meimei nos descreve, no livro Pai Nosso, a história de um judeu que confessou a Jesus as atrocidades que havia cometido no passado e agora lhe pesavam na consciência.
Imediatamente o Divino Mestre orou pelo doente e em seguida disse-lhe: — Vai e não peques mais.
Uma onda de vida nova penetrou o seu corpo. Ao atravessar, no entanto, fila de sofredores que esperavam pelo Cristo, sentiu aguda dor. Um pobre mendigo, sem querer, pisou em um de seus calos. Reagiu imediatamente, atacando o mendigo a bengaladas.
Diante da vítima em sangue, Jesus dirigiu-se ao velho judeu:
— Depois de receberes o perdão, em nome de Deus, para tantas faltas, não pudeste desculpar a ligeira precipitação de um companheiro mais desventurado que tu?
O velho judeu, agora muito pálido, pôs as mãos sobre o peito e bradou para o Cristo: — Mestre, socorre-me!... Sinto-me desfalecer de novo... Que será isto?
Jesus apenas respondeu, muito triste: — Isso, meu irmão, é o ódio e a cólera que outra vez chamaste ao próprio coração.
Procurou sarna e a encontrou.
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Dirija um homem a sua vontade para a ideia de doença e a moléstia lhe responderá ao apelo...
Libertação, André Luiz
Ninguém fica doente porque quer, certo? Nem tanto. André Luiz, tanto em Libertação, como em Missionários da Luz, adverte que se o homem não disciplinar seus pensamentos e dirigi-los reiteradamente para a ideia de doença, que nem mesmo estava prevista em seu quadro de provações, ela pode se formar, da forma que foi idealizada.
O hipocondríaco é alguém excessivamente preocupado com a própria saúde, vítima fácil das sugestões das sombras.
Uma das consequências desse tipo de influência é o aparecimento de males físicos variados, resultantes de suas tensões e temores.
"Namorando" a doença, o obsidiado acaba "casando-se " com ela.
O obsessor é o oficiante.
Quem tem medo da obsessão?, Richard Simonetti Com a Doutrina Espírita, o orai e vigiai assume uma importância extraordinária e vital para o nosso equilíbrio físico, mental e espiritual. Apegando-nos disciplinadamente às suas recomendações, teremos condições para evitar o ódio, a cólera, a falta de paciência, a precipitação, o excessivo apego material, o complexo de vítima e poderemos adquirir condições para cuidar e
preservar nosso corpo, esse presente divino que Deus nos proporcionou na atual existência.
Com semelhantes medidas preventivas, não há sarna que resista.