Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não. Mateus 5-37 -Sidney Fernandes

Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não. Mateus 5-37

Sidney Fernandes


Somos as primeiras gerações de pais decididos a não repetir com os filhos, os erros de nossos genitores... Parece que, em nossa tentativa de sermos os pais que queríamos ser, passamos de um extremo ao outro. Mônica Monastério
( Madrid Espanha )
Limites! Nossos filhos precisam de limites. Fazer tudo o que querem não lhes faz bem. Nem agora, nem no futuro. A pretexto de seguirmos rigorosamente os padrões evangélicos e evitarmos os excessos dos nossos antepassados, acabamos por comprometer sua educação.
Jesus jamais foi permissivo e muito menos autoritário. Daí se tornar absolutamente necessário o esforço do equilíbrio. Estamos lidando com uma geração de espíritos mais “esperta”, mais ousada e “mais poderosa” do que a nossa. Isto é, intelectualmente avançada, mas ainda carente de alinhamento moral e disciplinar. E esse ajuste é possível na criança, quando o espírito encarnado ainda está acessível às impressões que recebe.
Quando não estabelecemos limites aos nossos filhos, estamos automaticamente remetendoos à necessária corrigenda através da dor. Por isso, se queremos o melhor para essas amadas criaturas colocadas sob a nossa guarda, indispensável que adquiram novos costumes. São os hábitos salutares, principalmente sob o ponto de vista espiritual, que vão lhes proporcionar maior ou menor equilíbrio. Melhores ou piores condições de autêntica felicidade. “Educação é o conjunto dos hábitos adquiridos.” (Kardec LE 685)
“Quem ama, educa!” “Se o filho não aprendeu ganhando, terá que aprender perdendo.” “Se a família engolir os sapos do filho, a sociedade terá que engolir os dele.” Essas advertências são do especialista em psicoterapia de adolescentes Dr. Içami Tiba. “Quando comeis muito, isso
vos faz mal. Pois bem! É Deus que vos dá a medida do que vos é preciso. Quando a ultrapassais, sois punidos. É o mesmo em tudo.” (Kardec LE 633)
Mas, cuidado! Não vamos novamente para o outro extremo do pêndulo, sonegando carinho, atenção e afeto aos nossos filhos. Quem não ama, não ensina a amar. Uma pessoa carinhosa teve, provavelmente, pais carinhosos.
Narra o orador mineiro Haroldo Dutra Dias: “Cheguei a um posto de gasolina e notei que havia um cão, deitado sobre uma tábua, ganindo. – O que tem esse cachorro? – Perguntei ao frentista. – Por que está chorando? – É que nessa tábua há um prego. – Respondeu. – Mas, por
que ele simplesmente não se levanta? – É porque não está doendo o suficiente. Ele prefere sofrer do que se levantar.”
Jamais permitamos o “laissez faire”, isto é, “deixar do que jeito que está, para ver como é que fica”. Temos a missão e o dever de levantar, endireitar e impulsionar nossos filhos. Não é por acaso que estamos no mesmo lar, convivendo na mesma encarnação. Façamos o melhor
possível para que caminhem para o bem. Com afeto, com disciplina, na dose certa!