SER FELIZ É UMA DECISÃO
Sidney Fernandes
Há algum componente moral na herança genética?
Resposta de Allan Kardec (LE 207)
O corpo deriva do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito.
Resposta de Richard Simonetti (Artigo Hereditariedade moral)
Não há indicação de que os genes transmitam algo dos pais na formação do caráter de seus filhos
Como fica o ditado "filho de peixe, peixinho é"?
Resposta de Kardec
São Espíritos simpáticos, que reciprocamente se atraíram pela analogia dos pendores.
Resposta de Richard
Podemos encontrar criminosos com filhos bandidos, mas isso não guarda nenhuma comprovada relação com a genética.
No aspecto moral, somos herdeiros de nós mesmos.
Por que é que as boas qualidades dos pais nem sempre atraem, por simpatia, um bom Espírito para lhes animar o filho?
Resposta de Kardec
Não é raro que um mau Espírito peça que sejam dados bons pais na esperança de que seus conselhos o encaminhem por melhor senda...
Como fica um Espírito que já conquistou o discernimento quando reencarna entre criminosos?
Resposta de Richard
Se esses valores não forem superficiais, não será afetado pelo ambiente.
Nenhuma influência exercem os Espíritos dos pais sobre os filhos depois do seu nascimento?
Resposta de Allan Kardec
Ao contrário, bem grande influência exercem. Os Espíritos têm que contribuir para o progresso uns dos outros.
Resposta de Richard
O superior acaba influenciando o inferior. Espíritos assim constituem-se em modelo para pais e irmãos, induzindo-os a reconsiderarem o próprio comportamento.
Não herdamos nossa moral de nossos pais. Somos herdeiros de nós mesmos. Não obstante, a influência dos pais e de Espíritos em melhor condição moral podem representar contribuição fundamental para o nosso progresso.
Espíritos têm que contribuir para o progresso dos outros, lembra Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos.
Sofremos a influência do meio, podemos ser auxiliados por outras pessoas mais preparadas, mas persiste a nossa responsabilidade.
Se insistirmos na acomodação e na procura de coisas negativas, sendo pessimistas, as trevas tomarão conta do nosso espírito e de nossa vida.
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Na História de Silas, do livro Ação e Reação, de André Luiz, encontramos um personagem que se especializara em destacar as calamidades da terra e do céu.
Derrotismo em pessoa, criticava, criticava, mas não se abalançava em usar sua inteligência e seus recursos para minimizar a situação difícil de qualquer pessoa.
Resultado: tornou-se um prato cheio à influência negativa espiritual. Obsessores tinham grande facilidade de acesso, perturbando-o, desequilibrando seu psiquismo e seu organismo físico.
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Há pessoas se caracterizam pela falta de prazer ou divertimento pela vida e pelo constante sentimento de negatividade. Isso se chama distimia.
Mesmo não privando o indivíduo de suas tarefas e obrigações, a distimia impede que desfrute plenamente da vida.
Sintomas como irritabilidade, desmotivação, estafa, falta de prazer, mau humor constante, temperamento difícil, isolamento social, alterações no sono ou no apetite, baixa autoestima, elevado senso de autocrítica, são características do distímico.
Esse paciente pode ser auxiliado pela medicina. Se aceitar o tratamento médico e fizer a sua parte, poderá ter seus sintomas amenizados e passar a ter uma vida normal, mais gratificante e com boa convivência social.
Mas depende fundamentalmente de sua vontade de se curar.
Infelizmente, por incrível que pareça, há indivíduos que preferem assumir o complexo de vítima e continuarem com a baixa qualidade de vida de que desfrutam.
São um prato cheio para os obsessores...
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Valérium, no livro Bem-aventurados os simples, descreve o momento em que um chefe de família descreve, entusiasticamente, com detalhes, um incêndio criminoso ocorrido na cidade. Mais tarde, tendo que se ausentar do lar com a esposa, é chamado às pressas de volta à sua casa. O caçula da casa, um pequeno de oito anos, ateara fogo à residência, copiando todos os pormenores da descrição feita pelo pai. E conclui Valérium:
— Rememore que o mal, a não ser quando deva ser corrigido, não merece comentário em momento algum.
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Não obstante o suporte que a abençoada medicina nos proporciona, aliviando sintomas e nos dando a necessária base para um esforço de recuperação, sem a nossa participação, ficaremos do jeito que estamos.
O habitante do lar em desalinho que se deixa contaminar pelo desequilíbrio, o carente que fica esperando a ajuda alheia, o derrotista que só vê a vida em preto e branco, o distímico que em nada vê graça e o imprudente que fica rememorando o mal, TODOS são um prato cheio à influenciação negativa espiritual.
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Dirija um homem a sua vontade para a ideia de doença e a moléstia lhe responderá ao apelo, com todas as características dos moldes estruturados pelo pensamento enfermiço.
A sugestão mental determina a sintonia e receptividade da região orgânica, em conexão com o impulso havido.
André Luiz nos alerta, em Ação e Reação, para as doenças criadas por nós mesmos. Elas obedecem a ordens interiores, reiteradamente recebidas, formando no corpo a enfermidade idealizada.
Mas, poderíamos perguntar, e as provas necessárias?
— Mesmo aí, continua André Luiz, o problema de ligação mental é infinitamente importante.
— Quando o espírito em reajustamento reage, valoroso, contra o mal, ainda mesmo que benéfico e merecido, encontra imensos recursos de concentrar-se no bem, integrando-se na corrente de vida vitoriosa.
Mais uma vez o alerta da espiritualidade para que nunca nos deixemos envolver pelo mal à nossa volta, não nos empolguemos pelo derrotismo e pela tendência da autocomiseração. O complexo de coitadinho/judiação nada acrescenta à nossa economia espiritual.
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Uma senhora de 92 anos, delicada, bem vestida, com o cabelo bem penteado e um semblante calmo, precisou se mudar para uma casa de repouso.
Seu marido havia falecido recentemente e a mudança se fez necessária, pois ela era deficiente visual e não havia quem pudesse ampará-la em seu lar.
Uma neta dedicada a acompanhou.
Após algum tempo em que aguardaram pacientemente na sala de espera, a enfermeira veio avisá-las que o quarto estava pronto.
Enquanto caminhavam, lentamente, até o elevador, a neta, que já havia vistoriado os aposentos, fez-lhe uma descrição visual de seu pequeno quarto, incluindo as flores na cortina da janela.
A senhora sorriu docemente e disse com entusiasmo: — Eu adorei!
— Mas a senhora nem viu o quarto... Observou a enfermeira.
Ela não a deixou continuar e acrescentou:
— A felicidade é algo que você decide antes da hora. Se eu vou gostar do meu quarto ou não, não depende de como os móveis estão arranjados, e sim de como eu os arranjo em minha mente. E eu já me decidi a gostar dele...
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Ser feliz é uma decisão.
Depende muito mais do nosso interior do que das coisas materiais que nos rodeiam. Cada um de nós traz dentro de si um potencial enorme de belezas que espera para ser verbalizado.
E esse banco de felicidades precisa ser constantemente abastecido.
A disposição para o trabalho, o silêncio diante da ofensa, o esquecimento do gesto infeliz, o aproveitamento do tempo, a facilidade do sorriso, a emoção diante da criança, a comiseração diante do necessitado, o apoio ao doente e outras atitudes positivas que se nos disponibilizam nos momentos da vida, são vetores de artefatos emocionais para abastecer nosso tanque de felicidades.
Cada pessoa tem o potencial de armazenar as belezas que deseja ver em sua tela mental...
A felicidade não depende de como as coisas estão arranjadas, mas de como nós as arranjamos na nossa mente.
Decidamos ser felizes.